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Internacional
Quinta - 27 de Julho de 2006 às 09:06

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O número dois da Al Qaeda, o egípcio Ayman al-Zawahiri, afirmou em gravação divulgada hoje que a organização "não ficará de braços cruzados" em relação aos ataques israelenses na Faixa de Gaza e no Líbano, e pediu uma "aliança entre os oprimidos" para combater os "cruzados sionistas". No vídeo divulgado pela rede de televisão catariana "Al Jazira", Zawahiri afirma ainda que o objetivo do grupo terrorista é "libertar toda aquela que algum dia foi terra do Islã, de Al-Andalus (na atual Espanha) ao Iraque".

Além disso, pede a todos os muçulmanos "oprimidos" - em aparente alusão a sunitas e xiitas - que se unam para enfrentar a "aliança dos sionistas cruzados".

"Não podemos permanecer calados enquanto eles lançam seu fogo sobre nossos irmãos em Gaza e no Líbano. O que está acontecendo em Gaza e no Líbano mostra que se trata de uma guerra dos cruzados e sionistas contra o Islã", afirmou o braço direito de Osama bin Laden.

"A presença de 10.000 detentos (árabes nas prisões de Israel) não movimentou ninguém, mas todo o mundo se mobilizou após a captura de três soldados (israelenses)", disse o número dois da Al Qaeda, acrescentando que sua guerra "não depende de um acordo, nem de um cessar-fogo. Trata-se de uma luta santa que se mantém por Deus".

Zawahiri apareceu vestido com uma túnica e um turbante. Ao fundo, apareciam retratos de Mohamad Ata, um dos autores dos atentados do 11 de setembro de 2001, e de Abdallah Azzam, um dos mais famosos combatentes palestinos.

Outra foto que aparecia atrás de Zawahiri era a das torres gêmeas atacadas em 11 de setembro de 2001, nos EUA.

"As bombas lançadas contra nossos irmãos em Gaza e no Líbano não são puramente israelenses, mas procedem ou são financiadas por todos os países da aliança. Por isso, todos aqueles que participam do crime têm que pagar o preço", disse o número dois da Al Qaeda.

"Tentamos libertar toda a que algum dia era terra do Islã, de Al-Andalus até o Iraque. Eles nos atacam em todos os lugares e temos que fazer o mesmo. Eles nos atacam unidos, e temos que atacá-los unidos", disse.

Zawahiri também pede que os muçulmanos apóiem os "mujahedin" (combatentes islâmicos) no Afeganistão e no Iraque, para expulsar "as forças ocupantes da América (do Norte) e que terão que pagar o preço pelo ataque à terra do Islã e por seu apoio a Israel".

O terrorista lembrou que o Iraque "se caracteriza por estar perto da Palestina", por isso, pediu que os muçulmanos apóiem "seus ''mujahedin'' para que possam estabelecer um emirado islâmico nesse país, que transfira a ''jihad'' para a fronteira da Palestina".

"Os ''mujahedin'' se unirão dentro e fora da Palestina, e então teremos a grande vitória", acrescentou.

Trata-se da primeira reação da organização sunita Al Qaeda à atual crise no Oriente Médio, iniciada, em Gaza, com o seqüestro de um soldado israelense em 25 de junho e, no Líbano, com a captura de dois soldados israelenses pela milícia xiita do Hisbolá.

Israel reagiu aos seqüestros com bombardeios contra Gaza e Líbano, onde centenas de pessoas já morreram.

A gravação divulgada hoje é a primeira de Zawahiri desde junho, quando a "Al Jazira" transmitiu uma na qual o número dois da Al Qaeda prometia vingar a morte de Abu Musab al-Zarqawi, líder da organização terrorista no Iraque.





Fonte: EFE

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