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Nacional
Quarta - 26 de Julho de 2006 às 23:30

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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou nesta quarta-feira que o ideal seria permitir que os exportadores deixassem ao menos 50 por cento de suas receitas com vendas externas fora do país.

"O ideal seria de 50 a 60 por cento", afirmou Furlan em evento no Rio de Janeiro, ponderando que o limite de 30 por cento anunciado pelo governo já é um primeiro passo.

O ministro considera que o patamar é suficiente para que o governo avalie a eficácia das medidas.

"Vai ser um período de experiência e de avaliação dos efeitos e, provavelmente a partir dessa avaliação, poderá haver uma liberalização. A medida provisória prevê que o CMN (Conselho Monetária Nacional) poderá chegar até 100 por cento... 30 por cento é um bom início para avaliar com segurança... É mais fácil começar em um patamar menor e ir ampliando", declarou.

Na opinião dele, o pacote cambial anunciado pelo Ministério da Fazenda nesta tarde vai estimular o emprego, a produção e o investimento no Brasil.

"São pequenas mudanças, como a compensação de câmbio entre recebível e exportações, que são vitórias concretas que vão estimular o emprego, a produção e o investimento no país", disse Furlan, em discurso no evento do Movimento Compete Brasil, na sede da Petrobras.

"Neste segundo semestre já vai dar para ter uma sensibilidade muito boa. Neste mês vamos ter recorde de importação e vamos ultrapassar os 8 bilhões de dólares."

O ministro acrescentou que as medidas não terão efeito sobre a balança comercial, mas impulsionarão os investimentos no país.

"Certamente vai baratear os custos do investimento no Brasil, porque a nossa importação é feita em boa parte de máquinas e equipamentos, componentes e matéria-prima. Esses custos terão desconto de 3 a 4 por cento pela desoneração da transação de câmbio."

Furlan calcula que as grandes empresas terão um desconto de 3 por cento pelo fim da intermediação financeira, enquanto as pequenas empresas terão um benefício ainda maior.

IMPACTO DE MÉDIO PRAZO

O ministro acredita que o pacote cambial, associado a uma nova linha de financiamento que será divulgada na quinta-feira pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), terá impacto no câmbio no médio prazo.

"A medida de hoje com a medida de amanhã e a ampliação do financiamento pré-embarque com recursos em real permitirão que muitas empresas possam se programar e que não precisem correr para o financimento pré-embarque através de adiantamento de câmbio", disse o ministro.

Segundo ele, a linha de financiamento atenderá inicialmente ao setor automotivo e depois será estendida a outros setores.

O ministro afirmou que a isenção tributária prevista no pacote vai ser compensada com um incremento na produção, no emprego e no investimento. "Compensará largamente."

Satisfeito com as medidas, ele realçou que o pacote inclui itens além dos pleiteados pelo seu ministério. "Um dos exemplos é poder comprar no free shop com moeda brasileira."





Fonte: Reuters

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