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Mercado saúda modernização de leis, mas impacto cambial é baixo
As medidas cambiais anunciadas na quarta-feira pelo governo são bem-vindas porque modernizam o comércio exterior do Brasil, mas não devem provocar uma forte desvalorização do real, avaliaram economistas e analistas do mercado.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta tarde que as exportadoras poderão manter parte de seus recursos obtidos com vendas externas fora do país. A parcela que poderá ficar retida no exterior será definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, segundo o ministro, inicialmente deve ser de 30 por cento.
Mantega disse ainda que os recursos que ficarem fora do país estarão isentos da cobrança de CPMF.
Até então, os exportadores eram obrigados a internalizar os ganhos até 210 dias depois da venda. As empresas vinham se sentindo prejudicadas pelo forte declínio do dólar e exigiam medidas do governo para compensar o prejuízo com o dólar barato. No ano, a moeda norte-americana acumula baixa de 5,76 por cento, fechando a 2,191 reais nesta quarta-feira.
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o pacote "é para atenuar essa valorização (do real), aliás à semelhança do que faz a maioria dos países emergentes".
"Todos os países emergentes bem-sucedidos no comércio internacional têm medidas para atenuar a valorização de suas moedas", afirmou o ministro, embora tenha ressaltado que o regime de câmbio flutuante é intocável.
Analistas saudaram as novas medidas porque melhoram a competitividade dos exportadores e reduzem custos para as empresas, mas alertaram que o impacto sobre o câmbio será reduzido.
"Do lado do exportador, você tem um benefício de melhora de eficiência operacional e isso é bom porque reduz custos", apontou Alexandre Lintz, economista-chefe do BNP Paribas.
"Dificilmente vai levar a um menor fluxo de dólares para o mercado local, porque todos os exportadores estão trazendo o dinheiro de volta, porque o juro é muito alto aqui e a rentabilidade dele é maior que lá fora", afirmou Lintz.
MENOS BUROCRACIA
Outra medida incluída no pacote cambial é a simplificação dos contratos de câmbio de exportação, que permitirá uma operação simultânea de compra e venda de dólares.
Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, destacou que o ponto positivo das mudanças é a redução da burocracia, "que obrigava as empresas a ter um ônus alto para cuidar dessas questões".
Ele reforçou que os juros internos elevados acabam neutralizando o impacto dessas novas medidas no câmbio.
Depois do anúncio, o dólar reverteu o movimento de alta visto pela manhã e fechou o dia com queda de 0,54 por cento.
Para Alexandre Vasarhelyi, responsável por câmbio do banco ING, as medidas foram mais tímidas do que se esperava.
"Trinta por cento de cobertura cambial, registrar capitais localmente e comprar no duty free com reais não parece ser tão importante para mudar a trajetória da moeda", afirmou ele, citando outras medidas do pacote cambial.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta tarde que as exportadoras poderão manter parte de seus recursos obtidos com vendas externas fora do país. A parcela que poderá ficar retida no exterior será definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, segundo o ministro, inicialmente deve ser de 30 por cento.
Mantega disse ainda que os recursos que ficarem fora do país estarão isentos da cobrança de CPMF.
Até então, os exportadores eram obrigados a internalizar os ganhos até 210 dias depois da venda. As empresas vinham se sentindo prejudicadas pelo forte declínio do dólar e exigiam medidas do governo para compensar o prejuízo com o dólar barato. No ano, a moeda norte-americana acumula baixa de 5,76 por cento, fechando a 2,191 reais nesta quarta-feira.
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o pacote "é para atenuar essa valorização (do real), aliás à semelhança do que faz a maioria dos países emergentes".
"Todos os países emergentes bem-sucedidos no comércio internacional têm medidas para atenuar a valorização de suas moedas", afirmou o ministro, embora tenha ressaltado que o regime de câmbio flutuante é intocável.
Analistas saudaram as novas medidas porque melhoram a competitividade dos exportadores e reduzem custos para as empresas, mas alertaram que o impacto sobre o câmbio será reduzido.
"Do lado do exportador, você tem um benefício de melhora de eficiência operacional e isso é bom porque reduz custos", apontou Alexandre Lintz, economista-chefe do BNP Paribas.
"Dificilmente vai levar a um menor fluxo de dólares para o mercado local, porque todos os exportadores estão trazendo o dinheiro de volta, porque o juro é muito alto aqui e a rentabilidade dele é maior que lá fora", afirmou Lintz.
MENOS BUROCRACIA
Outra medida incluída no pacote cambial é a simplificação dos contratos de câmbio de exportação, que permitirá uma operação simultânea de compra e venda de dólares.
Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, destacou que o ponto positivo das mudanças é a redução da burocracia, "que obrigava as empresas a ter um ônus alto para cuidar dessas questões".
Ele reforçou que os juros internos elevados acabam neutralizando o impacto dessas novas medidas no câmbio.
Depois do anúncio, o dólar reverteu o movimento de alta visto pela manhã e fechou o dia com queda de 0,54 por cento.
Para Alexandre Vasarhelyi, responsável por câmbio do banco ING, as medidas foram mais tímidas do que se esperava.
"Trinta por cento de cobertura cambial, registrar capitais localmente e comprar no duty free com reais não parece ser tão importante para mudar a trajetória da moeda", afirmou ele, citando outras medidas do pacote cambial.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/287192/visualizar/
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