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Nacional
Quarta - 26 de Julho de 2006 às 02:20

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Em depoimento à 1ª Vara Criminal de Bangu, na capital fluminense, a policial civil Carla Bigal, 36 anos, acusada de assassinar o ex-amante, Gustavo Costa Gripa, também policial, negou que tenha premeditado o crime. Carla disse que o casal conversava sobre o fim do relacionamento quando ela pegou a arma dentro de sua bolsa para se matar.

A policial afirmou ao juiz Alexandre Abraão que havia tentado outras três vezes acabar com a própria vida, por não aceitar o fim de relacionamentos amorosos. Questionada sobre a parte do corpo para onde apontou a arma, o estômago, ela justificou: "Mulher nenhuma atira na cabeça para que a bala não deforme sua face. É questão de vaidade". A Justiça determinou que Carla seja submetida de novo a exame de sanidade mental.

Briga e tiros Segundo Carla, no último dia 10, na sorveteria em frente à 34ª DP (Bangu), onde Gustavo era lotado, o inspetor disse que não a amava e que já não tinha mais interesse sexual por ela. Ele também teria dito que manteria o casamento por causa de seu filho, com quatro meses de idade.

"Peguei a arma e apontei em direção ao meu estômago. Ele se levantou para evitar que eu me matasse e tentou puxar a pistola da minha mão. A munição estava na agulha, meu dedo estava no gatilho e a arma disparou, ferindo Gustavo", declarou Carla, que está presa Hospital Psiquiátrico Penal Roberto Medeiros, em Bangu.

De acordo com Carla, Gustavo, já baleado, tentou novamente alcançar a pistola. Os dois caíram no chão e um novo disparo foi feito. A bala, no entanto, não atingiu a vítima, relatou a policial.

A agente estava bastante controlada, mas se irritou com o flash dos fotógrafos, o que lhe rendeu uma bronca do juiz. Ela deu detalhes das grosserias que o ex-amante teria feito. No dia do crime, por exemplo, a policial teria ido à delegacia entregar presentes que havia trazido para ele de Portugal.

Carla contou que Gustavo não quis atendê-la e que a mandou dar os presentes a outro. Um inspetor identificado como França acabou ganhando garrafa de licor. Para promotor, as provas são mais fortes

O promotor do caso, Horácio Afonso de Figueiredo da Fonseca, afirmou que a versão de Carla Bigal está isolada e que as provas do processo derrubam a teoria de que ela tenha tentado se matar. "Ela é muito inteligente e articulada, mas o exame de sanidade mental vai determinar os procedimentos futuros. Este depoimento nada tem a ver com as provas, que indicam que ela de fato atirou contra Gustavo", declarou o promotor.

O pai da vítima, o comerciante Edson Elias Benedito Gripa, acompanhou o depoimento da policial, mas preferiu não fazer comentários sobre as declarações dela.

A família de Carla Bigal também estava presente. Cláudia, irmã gêmea da agente, deixou a sala quando o promotor perguntou à acusada sobre o motivo de sua irmã e sua mãe acreditarem que o relacionamento dos dois não teria futuro. "Ele era um homem casado e minha família não aceitava", retrucou Carla.

O advogado de Carla, Michel Assef, não compareceu ao depoimento. Seu substituto, Júlio Leitão, considerou que ela foi verdadeira e que não restam dúvidas de que a policial é suicida. "Ela já tomou chumbinho, tentou cortar os pulsos e atirou contra o próprio peito. Vamos requerer laudos médicos para tentar comprovar o crime de homicídio culposo", declarou Leitão.




Fonte: O Dia

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