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Internacional
Terça - 25 de Julho de 2006 às 17:43

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O Governo do México negou hoje que no país haja um "conflito pós-eleitoral" e rejeitou a possibilidade de nomeação de um governante interino, após a impugnação pela esquerda dos resultados das eleições realizadas em 2 de julho.

O porta-voz do Executivo, Rubén Aguilar, disse em entrevista coletiva que "as instituições eleitorais têm seus próprios prazos" para resolver as queixas e declarar o presidente eleito, o que deverá ocorrer o mais tardar em 6 de setembro.

"A Presidência da República não vê a existência de um conflito, as instituições têm seus próprios prazos e aqueles que participaram da disputa têm o direito de impugnar a eleição e são obrigados a apresentar provas das supostas irregularidades", enfatizou Aguilar.

O Tribunal Eleitoral do Poder Judiciário da Federação (TEPJF) tem examinado as queixas apresentadas por partidos políticos, como a coalizão que apóia o candidato esquerdista Andrés Manuel López Obrador, que assegura que houve uma "fraude" e exige da Justiça que seja ordenada uma apuração "voto por voto" do pleito.

López Obrador impugnou os resultados no TEPJF e fez uma chamada às "ações de resistência civil pacífica" depois de o autônomo Instituto Federal Eleitoral (IFE) ter dado como vencedor o conservador governista Felipe Calderón com vantagem de 243.934 votos (0,58 pontos percentuais) sobre o candidato de esquerda.

Aguilar disse hoje que as manifestações convocadas por López Obrador "foram pacíficas" e que ocorreram "dentro da lei", e que mais de 70% dos mexicanos consideram que as eleições foram limpas.

O porta-voz afirmou também que o Governo considera "absurda em termos políticos e jurídicos" a possibilidade de nomeação de um governante interino para resolver a polêmica iniciada pela impugnação das eleições, assim como sugerem alguns comentaristas.

"Não existe condição alguma para que essa idéia absurda seja considerada. Quem pensa em algo do tipo não conhece a realidade do país", acrescentou o porta-voz do presidente mexicano.

O Governo mexicano também descartou a hipótese de uma "negociação política" para resolver a controvérsia pós-eleitoral, e fez um apelo para que todos esperem pelas decisões do TEPJF em relação às impugnações apresentadas e pela declaração do presidente eleito, que deverá tomar posse em 1º de dezembro para um mandato de seis anos.

López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD, esquerda), solicitou ontem, por meio de uma carta, que Calderón aceite a apuração dos votos em troca do respeito ao resultado.

"Se o senhor se pronunciar a favor da apuração de todos os votos" e o TEPJF "ordenar a recontagem, eu ofereço o compromisso de aceitar os resultados caso favoreçam ao senhor e de não convocar mais manifestações", escreveu o líder esquerdista na carta enviada a Calderón, do Partido da Ação Nacional (PAN), do presidente Vicente Fox.





Fonte: EFE

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