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Cidades/Geral
Terça - 25 de Julho de 2006 às 12:30

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Referência no tratamento de portadores de transtornos mentais e de dependência química, o Centro Integrado de Atenção Psicossocial (Ciaps) Adauto Botelho, unidade descentralizada da Secretaria de Estado de Saúde (Ses), promove a busca dos familiares dos pacientes perdidos de sua família.

Conforme a diretora geral do Adauto Botelho, Luciana Gomes, o encaminhamento de pacientes para familiares se dá em cumprimento a Lei 10.708 de 31 de julho de 2003, do Ministério da Saúde (MS), que trata do programa federal “De Volta para Casa” e que garante auxílio a portadores de transtornos mentais reabilitados psicossocialmente, visando assistência, acompanhamento e integração social fora da unidade hospitalar. “O recurso financeiro é para pacientes comprovadamente com internação psiquiátrica igual ou superior a dois anos de e faz parte do projeto de desinstitucionalização do Governo Federal”, afirmou Luciana. Juvenal Anacleto também foi encaminhado para Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). O Adauto Botelho abriga pacientes com transtorno mental trazidos das ruas, de albergues ou alguma instituição de abrigo, que perderam totalmente o contato com a família e necessitaram de tratamento. Quando esse paciente já está tratado e apto a voltar ao convívio social uma das finalidades do Adauto Botelho é a busca de familiares. Esta busca é feita pelo sistema mais simples. A comunicação interna entre as unidades de Saúde de Mato Grosso e os Estados da Federação que trabalham com esses pacientes. São enviados e-mails com fotos e, a partir daí, também são checadas as solicitações de pessoas que buscam os seus parentes perdidos. São realizadas, ainda, investigações em cartórios de registros de nascimentos. O caso mais recente é o de Juvenal Anacleto da Silva, 67 anos, internado no Adauto Botelho há 30 anos, que há uma semana, devido ao trabalho de busca realizado pela equipe de assistentes sociais e de psicólogos da unidade, voltou para o convívio de seus familiares, em Olinda (PE). “O Ciaps Adauto Botelho é uma unidade que se preocupa em oferecer aos portadores de transtorno mental um tratamento intenso e eficaz visando promover a saúde física e psíquica do paciente. Por isso entendemos que é fundamental o resgate da cidadania e o reencontro do pacientes , de forma que ele possa manter o convívio familiar e social. O cadastro de informações do Adauto Botelho facilita as ações de busca da família dos internos perdidos, Esses familiares são procurados até que todas as possibilidades fiquem esgotadas ocasião em que o paciente fica sob a guarda do Estado”, disse a diretora geral do Adauto Botelho, Luciana Gomes de Souza. Somente no Ciaps Adauto Botelho, Juvenal Anacleto estava em tratamento há dois anos. Mas ele já havia sido paciente do antigo Hospital Neuropsiquiátrico, onde foi residente por quase 30 anos. De acordo com a psicóloga do Adauto Botelho, Sheila Bussolin Vitor, Juvenal Anacleto não possuía nenhuma documentação e tinha apenas como referência, além do nome, o fato de ter nascido em Recife (PE). “Matemos contato com o cartório de uma cidade chamada Olho D’Água, no Recife, onde havia um funcionário que conhecia familiares do Juvenal e nos colocou em contato com uma de suas irmãs”, comentou. “Tivemos o cuidado de confirmar todas as informações e verificamos que os dados coincidiam”, acrescentou. Conforme Sheila Bussolin, apesar do primeiro contato ter sido feito com familiares em Alagoas, Juvenal Anacleto foi morar com uma irmã que reside em Olinda, em Pernambuco. “Antes tivemos que providenciar toda a documentação do senhor Juvenal pois ele não tinha nenhum”, disse. Toda a despesa da viagem também ficou por conta da Secretaria de Estado de Saúde (Ses). Assim como Juvenal Anacleto, nos últimos dois anos, o Adauto Botelho já proporcionou o encaminhamento de 11 residentes da ala masculina seja para o convívio de seus familiares, abrigo de idosos ou residências terapêuticas já que há casos em que o paciente não tem nenhum parente. Já na ala feminina, foram cinco pacientes encaminhados de março de 2005 até o momento. Além do trabalho de busca realizado pelos psicólogos e assistentes sociais, a unidade também utiliza o serviço de divulgação dos nomes e fotos na mídia para tentar localizar parentes de pacientes com pouca ou nenhuma referência familiar. “A reinserção ao convívio social ou familiar reflete no afetivo e emocional do portador com transtorno mental, resultando na melhoria dos sintomas psiquiátricos e em menor tempo de internação”, disse Sheila Bussolin.




Fonte: Secom-MT

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