Roma se prepara para reunião sobre crise entre Israel e Líbano
O encontro reunirá cerca de vinte representantes de países e instituições que tentarão buscar uma saída para a crise com a participação de uma delegação libanesa e a ausência de representação israelense.
Segundo a mídia italiana, que cita a televisão libanesa "LBC", o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, e quatro ministros de seu Governo (Defesa, Exteriores, Telecomunicações e Finanças) partirão nas próximas horas para a capital italiana com o objetivo de participar do encontro.
Um dos primeiros a chegar a Roma foi o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que aterrissou hoje pela manhã no aeroporto militar de Ciampino, onde nas próximas horas se espera a chegada da maioria dos representantes internacionais que participarão do encontro.
A reunião, em nível de ministros de Exteriores, receberá representantes de União Européia, Estados Unidos, Espanha, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Rússia, Arábia Saudita, Egito, Canadá e Finlândia (cujo ministro também é presidente rotativo da UE), além das Nações Unidas e do Banco Mundial.
Apesar de não viajar à capital italiana, a ministra de Exteriores israelense, Tzipi Livni, declarou ao jornal "Corriere della Sera" que espera que do encontro saia "um plano econômico para o Líbano", mas, sobretudo, um "sinal" de que "o mundo não aceitará mais um Governo libanês fraco, chantageado pelo Hisbolá".
Segundo o primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, o objetivo prioritário da Itália é "obter um cessar-fogo", embora queira analisar também "a onda de problemas humanos" causada pelo conflito.
Prodi destacou também a "dimensão impressionante" da crise dos deslocados e ressaltou a necessidade de se conseguir "um mínimo de segurança a longo prazo, tanto na fronteira israelense como na estrutura do Estado libanês".
A conferência começará por volta das 10h (5h de Brasília) no palácio da Farnesina, sede do Ministério de Assuntos Exteriores, e está previsto que termine por volta das 13h (9h de Brasília), quando haverá uma entrevista coletiva.
O encontro contará com um forte esquema de segurança e, embora a Polícia tenha insistido em que o evento não é considerado "de risco", as regiões onde as diferentes delegações serão alojadas foram "blindadas".
Uma das delegações que receberá maior atenção por parte das forças de segurança será a americana, liderada por Condoleezza Rice.
A secretária de Estado dos EUA chegou na segunda-feira ao Oriente Médio para conversar sobre a possibilidade de um cessar-fogo entre Israel e o grupo Hisbolá.
A chefe da diplomacia americana iniciou ontem sua viagem com uma visita não anunciada ao Líbano. Em seguida, Rice viajou a Israel para se reunir com a ministra de Exteriores e com o primeiro-ministro Ehud Olmert.
Após ter sido recebida hoje por Olmert, Rice foi à cidade cisjordaniana de Ramala para se reunir com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, a fim de analisar a crise.
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