Conscientização paralisa queimadas em Alta Floresta
Segundo o Núcleo de Geoprocessamento do MPE, houve diminuição dos focos de calor nos municípios do pólo de Alta Floresta de janeiro a julho de 2006. Neste semestre, foram registradas 242 queimadas na região, número cinco vezes menor que o identificado em mesmo período de 2004, ou seja, 1.291. Isto é resultado de trabalho de conscientização que envolveu todos os órgãos e sociedade local em defesa de melhor qualidade de vida.
Ao mesmo tempo, o índice de desmatamento foi reduzido surpreendemente este ano, diminuindo de 524 registros de janeiro a julho de 2004 para apenas 46 neste semestre. A avaliação do coordenador do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7), Gerson Barbosa, é que a queda foi influenciada pelo trabalho de combate e prevenção efetuado desde março pelo Grupo de Estudos do Extremo Norte (Green). Além disso, cita a crise no agronegócio, em 2005, que impediu o aumento da fronteira agrícola no Norte do Estado.
Os dados do Núcleo de Geoprocessamento, com base em informações do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), foram apresentados no sábado (22) durante a reunião do Green, em Alta Floresta. Os números indicam que a queda gradativa é registrada também em 2005, tanto nos focos de calor quanto nas áreas desmatadas. No ano passado, foram registrados 824 queimadas e 362 desmates nos municípios do pólo (Alta Floresta, Guarantã do Norte, Terra Nova do Norte, Nova Canaã do Norte, Peixoto de Azevedo, Colíder, Nova Monte Verde, Apiacás e Paranaíta).
Dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), indicam que os focos de calor no Estado caíram 46,6% de janeiro a julho em relação ao mesmo período de 2005. Foram 4.021 focos e, embora os maiores registros tenham sido no Nortão, não incluem os municípios do pólo.
O procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, parabenizou o trabalho desenvolvido pelo Green e ressaltou que as promotorias de Justiça da região podem contar com o apoio da Instituição para reforçar a defesa ambiental, principalmente para viabilizar a realização de perícias. "O MPE precisa de uma atuação firme para enfrentar a questão ambiental na região e reverter o problema. Além disso, os promotores de Justiça não devem sentir-se coagidos por pressão do governo regional ou nacional".
O evento foi realizado pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf). Além dos promotores de Justiça do pólo e de Cuiabá, a reunião contou com representantes do escritório regional do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Sema e da ONG Instituto Centro Vida.
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