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Nacional
Terça - 25 de Julho de 2006 às 07:15
Por: Maria Clara Cabral

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite desta segunda-feira, sem citar nomes, que a única explicação para os ataques da oposição é o preconceito. "Essa gente não tinha que ter tanta raiva. Só tem uma explicação: não é o medo do Lula, é a questão do preconceito", disse, durante discurso na inauguração do seu comitê da campanha à reeleição.

Lula afirmou que esse preconceito é algo que já existe há muito tempo. "Está na história do País, é histórico e crônico." Segundo ele, no "palanque da oposição, pobre só era utilizado para bater palma." "O pobre não era o ator principal, era o coadjuvante," declarou. Ainda de acordo com o candidato petista, a classe dos banqueiros e dos empresários não deveriam estar contra o seu governo, pois, em sua gestão, "ganharam tanto dinheiro como poucas vezes na história."

Em um discurso de quase uma hora, Lula afirmou que as suas três derrotas em eleições anteriores deram muita força para que ele pudesse continuar. Ele apontou ainda o que considera "um grande problema" de seus adversários, que "apostaram no fracasso total e absoluto de seu governo."

"Apesar de ser marinheiro de primeira viagem, contei com a experiência de muitos companheiros que já governaram grandes Estados e grandes prefeituras", disse. "Agora que o País está ajeitado, eles (a oposição) querem comer o filé mignon que está na mesa", alfinetou.

Ao citar suas prioridades de governo, caso seja eleito, Lula deu muita atenção à educação. "Se nós queremos um país de primeiro mundo, temos que entender que um país não progride sem educação," justificou. Lula lembrou a aprovação do Fundo da Educação Básica (Fundeb) no Congresso Nacional e também citou o Prouni, programa de bolsas de estudo a jovens carentes.

O candidato à reeleição criticou os que chamam o programa Bolsa Família, um dos carros-chefe do seu governo, de "esmola". Segundo ele, o programa é apenas uma reparação para o sofrimento. "Durante décadas o povo pobre sofreu nesse pais. Bolsa Família é o mínimo que o Estado pode fazer", defendeu.

Lula também atacou os seus opositores que defendiam a Área de Livre Comércio das Américas (Alça). Lula disse que, apesar de dar mais atenção à América do Sul e para a África ele conversa de igual para igual com todos os governantes. "Converso com todo mundo, não quero ser melhor do que ninguém, só quero que todos me respeitem como eu respeito todo mundo."

Aprendeu em casa Em um momento de descontração, Lula comparou as suas prioridades de governo com a criação de seus filhos. Ele disse que aprendeu em casa, com a mulher, Marisa Letícia, que quem merece mais atenção é o filho mais debilitado. "Aquele que está com a barriga cheia pode esperar um pouco", disse. "É por isso que governo para todos, mas dando mais atenção aos pobres", justificou.

Lula também lembrou de outra coisa que aprendeu na criação de seus filhos e que está levando para a política. Segundo ele, da mesma forma como se ganha o respeito dos filhos dando respeito a eles, não se ganha uma eleição "batendo e gritando" e sim com respeito. O candidato fez questão de ressaltar que se elegeu presidente com base na filosofia do "Lulinha Paz a Amor".

Comitê Lula falou por quase uma hora, durante inauguração do comitê nacional de Brasília. Cerca de 3 mil pessoas estavam presentes ao evento. Antes de Lula discursaram o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, o candidato ao Senado pelo Distrito Federal, Agnelo Queiroz e a candidata ao governo do Estado, Arlete Sampaio. O presidente da legenda, Ricardo Berzoini, também discursou.

O comitê da reeleição de Lula funcionará em um edifício comercial, no centro de Brasília. São três andares onde vão trabalhar 150 pessoas. Foram gastos na reforma R$ 600 mil. Lula terá uma sala só para tratar de assuntos da campanha.




Fonte: Terra

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