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Conclusão é da primeira edição da Pesquisa Nacional de Vitimização. Levantamento ouviu moradores de cidades com mais de 15 mil habitantes.
Mais de 30% dizem já ter sido vítimas de crimes, diz pesquisa
Três em cada dez moradores de cidades com mais de 15 mil habitantes (32,6%, mais precisamente) dizem ter sido vítimas ao longo da vida de crimes como roubos, furtos, agressões ou ofensa sexual, segundo a primeira Pesquisa Nacional de Vitimização, divulgada nesta quinta-feira (5) pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça.
O levantamento foi realizado em parceria com Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública, da Universidade Federal de Minas Gerais e instituto Datafolha.
RANKING DA VITIMIZAÇÃO NAS CAPITAIS |
|
---|---|
Capital |
Percentual (%) |
Macapá |
47,1 |
Belém |
41,1 |
Rio Branco |
31,9 |
Fortaleza |
31,5 |
Natal |
31 |
São Luís |
28,6 |
Porto Alegre |
27,6 |
Cuiabá |
26,6 |
Manaus |
26,4 |
Curitiba |
25,4 |
Teresina |
24,9 |
Boa Vista |
24,8 |
Belo Horizonte |
24,2 |
Goiânia |
24,2 |
Recife |
24,1 |
São Paulo |
24,1 |
Florianópolis |
23,9 |
Salvador |
23,4 |
Maceió |
23,2 |
Porto Velho |
22,2 |
Vitória |
22,1 |
Campo Grande |
21,5 |
João Pessoa |
21,5 |
Rio de Janeiro |
21 |
Brasília |
20,3 |
Aracaju |
19,8 |
Palmas |
19 |
Fonte: Pesquisa Nacional de Vitimização |
A pesquisa englobou 12 tipos de ocorrências em que pode ser feito o registro policial: furto e roubo de automóveis, furto e roubo de motocicletas, furto e roubo de objetos ou bens, sequestro, fraudes, acidentes de trânsito, agressões, ofensas sexuais e discriminação.
Ao todo, 21% dos entrevistados também afirmaram ter sofrido algum desses crimes nos últimos 12 meses que antecederam o questionário, aplicado em 346 municípios, de junho de 2010 a maio de 2011 e em junho de 2012. Foram ouvidas 78 mil pessoas com 16 anos ou mais.
O levantamento mostra, no entanto, que apenas 19,9% das vítimas procuraram a polícia para registrar as ocorrências. Destas, 54,6% afirmaram que ficaram satisfeitas com a atuação da polícia no episódio.
Conforme a pesquisa, a maior parte das vítimas está nas classes mais ricas, mais escolarizadas e entre os mais jovens.
Na classe A, segundo o critério Brasil de estratificação econômica, a taxa de vitimização é de 33,45%. Entre os que têm nível superior de escolaridade, de 28,8%, e entre os que têm idade de 16 a 24 anos, de 25,3%.
Entre as vítimas com idade de 16 a 24 anos, 79,3% deixaram de reportar à polícia os crimes ou ofensas que sofreram.
Crimes mais comuns
As agressões e ameaças são as mais comuns, atingindo 14,3% dos brasileiros. Em seguida, aparece a discriminação, com 10,7%. Furtos de objetos e fraudes foram declarados por 9,8% e 9,2% dos entrevistados, respectivamente.
Entre os proprietários de carros, caminhões ou caminhonetes, 2,2% declararam terem sido vítimas de furto pelo menos uma vez e 1%, de roubo. Entre os que possuíam motocicletas ou lambretas, 2% disseram ter sido vítimas de furto e 1,1%, de roubo.
Locais dos crimes
A maior parte das ocorrências se deu dentro da casa do entrevistado (38,3%) ou em suas proximidades como a rua onde mora (33,3%), bairro (14,9%) ou na garagem da residência (11,1%). Já roubo de objetos (49,5%), sequestro (32,1%) e ofensa sexual (23,7%) acontecem com maior frequência em locais abertos.
No local de trabalho, a maioria das vítimas relatou discriminação (20,5%), agressão (15,3%) e furto de objetos (12,6%) e, na maior parte das vezes, por um conhecido.
O medo de ser vítima de agressão sexual é maior entre as mulheres (52,4%) do que entre os homens (21,8%). Os mais jovens (43%) também temem mais esse tipo de violência.
Na vizinhança, metade dos entrevistados teme ser vítima de bala perdida (52,0%) e estar no meio de um tiroteio (50,7%). Outros 34,3% têm medo serem confundidos com um bandido pela polícia e 33,2% de serem vítima de extorsão por parte da polícia.
Em Teresina, Belém e Fortaleza, estão os maiores percentuais dos que temem ser assaltados (74,2%, 68,3% e 63%), em Teresina, João Pessoa, Belém, de quem teme ter a casa invadida (75,8%, 67,5%, 63,1%).
Nos roubos de carros, de motos e sequestro, a maioria relatou ter sido ameaçada com arma de fogo -- 78,5%, 79,1% e 75,2%, respectivamente. Do total de entrevistados, 2,7% declararam possuir arma de fogo em casa.
Regiões
Por região, as percentuais de vitimização são maiores na região Norte (30,5%), que também reúne os estados com as maiores taxas: 46% no Amapá e 35,5% no Pará. A região Sul possui os estados com os menores índices: Santa Catarina (17%), Rio Grande do Sul (17,2%) e Paraná (17,4%).
Segundo o Datafolha, na região Nordeste a taxa chega a 22%, mas é maior no Rio Grande do Norte com 31,3% e Ceará com 26,6%. Também apresentam percentuais acima da média os estados do Acre (29,9%), Amazonas (25,2%), Roraima (24,8%), Mato Grosso e Tocantins (23% em ambos).
Estados
Estados com percentuais abaixo da média são Rondônia (18,1%), Minas Gerais (19,1%), e Sergipe (19,4%). Na região Sudeste, 19,9% se dizem vítimas de algum dos crimes por pelo menos uma vez nos 12 meses que antecedem a pesquisa.
Nos demais estados, a taxa se aproxima da média nacional: Pernambuco (22,2%), Goiás (21,9%), Espírito Santo (21%), Bahia (20,9%), Piauí (20,6%), Alagoas (20,5%), Maranhão (20,5%), Distrito Federal (20,3%), Mato Grosso do Sul (20,6%), São Paulo (20,1%), Paraíba (20,1%) e Rio de Janeiro (20%).
Capitais
Nas capitais, as maiores taxas de vitimização estão em Macapá (47,1%), Belém (41,1%), Rio Branco (31,9%), Fortaleza (31,5%), Natal (31%) e São Luís (28,6%), Porto Alegre (27,6%), Cuiabá (26,7%) e Manaus (26,4%). As menores estão em Teresina (24,9%), Boa Vista (24,8%), Goiânia, Belo Horizonte, São Paulo (24,2%), Recife (24,1%), Florianópolis (23,9%), Salvador (23,4%), Maceió (23,2%), Porto Velho (22,2%) e Vitória (22,1%).
Fonte:
Do G1, em São Paulo
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/2877/visualizar/
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