Saddam não comparece em julgamento no Iraque
O meio-irmão de Saddam Hussein, Barzan al-Tikriti, compareceu sozinho e mais uma vez provocou o juiz curdo Raouf Rachid Abdel Rahmane, que apresentou contra ele acusações de incitação à morte.
"Saddam Hussein continua sua greve de fome e aceita tomar (alimentos líquidos) graças a um tubo de alimentação. Seu estado de saúde é permanentemente observado pelo pessoal médico e sua vida não está em perigo", afirmou o tenente-coronel Keir-Kevin Curry, porta-voz dos serviços penitenciários americanos. No entanto, Saddam Hussein, hospitalizado no domingo, não estava na lista dos acusados nesta segunda-feira.
Os principais advogados dos acusados continuaram em Amã, na Jordânia, boicotando a sessão para protestar e pedir (como Saddam Hussein) maior proteção para os advogados da defesa, dos quais três foram assassinados desde o início do processo, em outubro de 2005.
"A decisão dos advogados de boicotar a audiência é uma forma de marketing e de impedir o funcionamento da justiça", declarou o juiz.
De qualquer forma, apenas Barzan al-Tikriti compareceu. Ele era chefe dos serviços de informação na época do ataque contra Saddam Hussein em 1982 que provocou uma onda de repressão que deixou 148 mortos. O procurador pediu a pena de morte contra Barzan, que se defendeu depois de uma intervenção de um advogado.
Barzan elogiou os iraquianos que resistem com armas em punho aos americanos, acrescentando que "A Jihad (a guerra santa) abre as portas do paraíso" e "aqueles que recusam que sua terra seja devastada pelo ocupante não são nem ladrões nem criminosos".
O réu criticou novamente a legitimidade do tribunal: "Considerando que os Estados Unidos invadiram o Iraque sem uma resolução do Conselho de Segurança da ONU (...), então minha presença aqui é uma violação das Convenções de Genebra".
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