Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 24 de Julho de 2006 às 13:43

    Imprimir


A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, chegou à capital do Líbano, Beirute, para discutir com líderes do Oriente Médio saídas para a crise regional. Rice chegou em um helicóptero e entrou em Beirute em um comboio militar fortemente armado para um encontro com o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora.

Durante o encontro, Rice elogiou "a coragem e o equilíbrio" de Siniora, mas disse também que não deve haver lugar para "grupos terroristas como o Hezbollah" para lançar ataques a partir do território libanês.

De lá, a secretária de Estado deve seguir para Israel, onde encontra o primeiro-ministro Ehud Olmert. Está previsto ainda um encontro com o líder palestino Mahmoud Abbas.

Mudança de posição

Rice desembarca em Beirute demonstrando uma mudança em relação à sua posição anterior sobre o conflito.

Ainda em Washington, a secretária havia dito que um cessar-fogo é necessário urgentemente no Líbano. Antes, Condoleezza Rica sustentava que uma tal medida seria uma "falsa promessa".

Mas ela ressaltou que as condições têm de ser "sustentáveis", e que "grupos terroristas" como o Hezbollah não podem ter espaço para realizar ataques a partir do território libanês.

Um funcionário do governo americano que acompanha Rice diz que a visita a Beirute era uma demonstração de apoio ao governo libanês e que ela anunciaria um pacote de ajuda ao Líbano.

Avanço militar

Fortes combates têm sido registrados no sul do Líbano, em meio a mais ataques aéreos israelenses e ataques do Hezbollah com foguetes no norte de Israel.

Ao menos 372 libaneses, em sua grande maioria civis, foram mortos durante o conflito, que entra em seu 13º dia. Do lado israelense, 37 já foram mortos, metade deles civis.

A ofensiva israelense começou após o Hezbollah ter capturado dois soldados israelenses em uma ação na fronteira no dia 12 de julho.

Na madrugada, houve cerca de 40 ataques aéreos israelenses contra alvos no Líbano, enquanto por volta de 90 foguetes do Hezbollah atingiram Israel nas últimas 24 horas, segundo as Forças de Defesa Israelenses.

Cerca de 600 mil libaneses já tiveram que deixar suas casas.

Combates em terra

Os combates em terra entre soldados israelenses e combatentes libaneses também continuam. Após capturar o vilarejo de Maroun al-Ras, no sul do Líbano, as forças israelenses pareciam avançar em direção norte, com fortes combates registrados perto da cidade de Bint Jbeil.

Um helicóptero israelense caiu ao norte de Israel nesta segunda-feira. Um porta-voz do Exército atribuiu a queda a problemas técnicos, mas o Hezbollah afirmou que ele teria sido derrubado.

A TV árabe Al-Jazeera relatou a morte de um soldado israelense nos combates, mas a informação não foi confirmada pelas autoridades israelenses.

Apesar dos esforços diplomáticos por um cessar-fogo, o general israelense Alon Friedman disse à rádio do Exército que a operação continuaria provavelmente por mais cerca de dez dias.

Segundo Bethany Bell, correspondete da BBC no Líbano, os Estados Unidos não devem pressionar pelo fim imediato da ação israelense e que um dos objetivos da viagem de Condoleezza Rice seria avaliar quanto tempo será necessário para Israel provocar um impacto significativo na capacidade de ataque do Hezbollah.

Força de paz

Israel afirmou que está preparado para aceitar uma força de paz européia no sul do Líbano se esta força for forte e tiver permissão para comandar.

O primeiro-ministro israelense Ehud Olmert fez o anúncio depois que seu governo se reuniu com enviados de três governos Europeus.

Olmert também pediu que o Líbano cumpra a Resolução 1559 da ONU, que pede o desarmamento de todas as milícias no país.

Ataques aéreos israelenses mataram pelo menos oito pessoas no Líbano no domingo. Ataques com foguetes contra Israel, realizados pelo grupo militante libanês Hezbollah, mataram duas pessoas.

Um observador militar italiano da ONU foi ferido durante confrontos entre soldados israelenses e militantes do Hezbollah no sul do Líbano.

Unifil

O governo de Israel afirma que a força de paz que seria aceita tomaria o lugar da Unifil, a fraca força da ONU no sul do Líbano, segundo o correspondente da BBC.

Esta poderia ser uma força da Otan ou da União Européia e o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert insistiu que esta força teria que ter experiência em combate.

Olmert afirmou que estes soldados deveriam controlar postos de fronteira entre a Síria e Líbano e também dar apoio ao Exército do Líbano.

Fontes políticas afirmaram à BBC que o governo de Israel não acredita que sua operação militar vai completar a tarefa de desarmar o Hezbollah e acredita que precisa de outra semana ou dez dias para operar.

A Arábia Saudita pediu que o governo americano pressionasse por um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah.

'Leis humanitárias'

Os bombardeios israelenses ao Líbano são "uma violação das leis humanitárias", disse no domingo o coordenador de ajuda humanitária da ONU, Jan Egeland.

"É um uso excessivo de força em uma área com muitos civis", disse.

O enviado da ONU, que chegou no sábado à região do conflito, visitou o sul da capital libanesa, Beirute, área que Israel vem bombardeando pesadamente sob alegação de que ali funcionam instalações do Hezbollah.

Egeland chegou duas horas depois de outro ataque aéreo de Israel contra Beirute. Israelenses também atingiram a cidade portuária de Sidon, pela primeira vez. A cidade está lotada de refugiados.

Egeland disse que quarteirões inteiros de Beirute foram destruídos pelos bombardeios.

O coordenador da ONU vem pedindo a Israel que abra um corredor de ajuda humanitária para que sua equipe possa ajudar as vítimas, a maioria civil, dos bombardeios.





Fonte: BBC Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/287738/visualizar/