Sanecap vai revitalizar lagoa do CPA III
O cronograma das obras foi o principal questionamento apresentado pelos moradores e membros do fórum. A presidente explicou que o recurso para as obras, de R$ 2 milhões advindos do Ministério do Turismo, foram viabilizados via emenda parlamentar no final de 2005 e, por se tratarem de recursos federais, não podem ser contratados no período eleitoral.
Ela, porém, tranqüilizou os moradores quanto à efetiva execução da obra, lembrando que o convênio entre a Caixa Econômica Federal, o ministério e a Prefeitura Municipal de Cuiabá já foi assinado em dezembro de 2005. Desse período até março, o projeto permaneceu suspenso devido às adequações necessárias para enquadrá-lo às exigências do Ministério do Turismo, etapa que já foi concluída pela Sanecap.
“Assim que tivermos o cronograma detalhado das obras, repassaremos o documento ao fórum, para que ele possa acompanhar passo a passo nosso trabalho”, afirmou a presidente.
A reunião contou com a presença de moradores dos bairros CPA III, setores 1, 2, 3, 4 e 5, do representante da Femab (Federação Mato-grossense de Associações de Bairro), Carlitos Cruz, do presidente da Obra Kolping, Carlindo Moreira, do coordenador do fórum, José Carlos Sampaio, e do vereador Lúdio Cabral (PT). Segundo Sampaio, a participação da comunidade no encaminhamento do projeto de revitalização tem sido grande. Ele ressalta que, a cada 15 dias, membros do fórum se reúnem com a Sanecap para debater o tema. “A Sanecap tem dado muita abertura para a comunidade participar”, ressaltou ele, informando que o objetivo da reunião deste sábado foi mostrar o andamento do projeto aos moradores que, mesmo convidados, não comparecem às reuniões quinzenais na Sanecap.
O diálogo com a Sanecap tem melhorado, segundo o vereador Lúdio Cabral. Ele recordou a realização do Abraço da Lagoa, organizado pelo fórum em junho de 2005, e que contou com a participação de Eliana Rondon, que à época ainda não era presidente da Sanecap. A comunicação com a Sanecap melhorou muito desde então, segundo o vereador. “Os problemas que temos hoje são muito menores do que os que tínhamos”, enfatizou ele.
A presidente ressaltou outras ações que já estão sendo feitas pela Sanecap com a participação dos moradores do entorno da lagoa, entre cursos, palestras e atividades educativas envolvendo escolas. Ela citou o curso de iniciação à hidráulica, realizado na semana do meio ambiente, e do qual participaram mais de 70 mulheres da região. “Visamos também a orientação, a educação ambiental”, ressaltou ela, enfatizando que, sem a participação popular, as ações da Sanecap não surtem o efeito necessário. “Há bairros que têm uma média de 80% de rede coletora de esgoto e, no entanto, os moradores não ligam sua residência à rede coletora, e continuam poluindo o córrego”, lembrou ela.
A instalação do reservatório no bairro Serra Dourada e de caixas d’água e bóias nas residências da parte baixa do bairro Novo Paraíso também foram citadas pela presidente como ações que visam conter o desperdício e promover a sensibilização da comunidade. “Temos mais de 40 mil ligações com problema de desperdício em 36 bairros”, disse ela, citando que a Companhia está investindo R$ 5 milhões na instalação de 60 mil hidrômetros até o final do ano, outra ação de combate ao desperdício de água.
Para a presidente da Sanecap, Eliana Rondon, o projeto de revitalização da Lagoa Encantada não estará completo sem a participação da comunidade. “Esse projeto extrapola as ações da Prefeitura ou da companhia de saneamento, e deve envolver a todos, configurando-se como uma ação de longo prazo”, disse ela.
Pesquisas sobre esgoto da lagoa começam na segunda-feira
A ETE Lagoa Encantada possui um terreno de 31 hectares (ha) e 13 ha. de espelho de água. Uma pesquisa feita pela Sanecap em parceria com a UFMT terá início na segunda-feira (24), quando serão coletadas amostras do efluente da lagoa para analisar sua qualidade e a possibilidade de irrigar plantas medicinais e frutíferas. A irrigação é uma das ações previstas no projeto de revitalização da lagoa. O projeto de pesquisa, que conta com financiamento da Fapemat (Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso) é um dos primeiros passos para a criação do pomar e viveiro previsto no projeto, e que serão geridos em parceria com a comunidade local.
O projeto de revitalização da estação de tratamento prevê a instalação de um reator para a melhoria do tratamento do efluente, a reurbanização da área e a criação de um centro de sensibilização eco-turística, além de trilhas para caminhada, entre outras melhorias.
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