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Adultos recém-alfabetizados vão ganhar livros feitos sob medida
Ainda neste ano, os adultos que estão sendo alfabetizados ou que acabaram de sair da escola receberão livros de ficção sob medida, com conteúdo, vocabulário e estrutura das frases específicos para quem já tem experiência de vida, mas não domina totalmente o idioma. São os oito títulos vencedores de um concurso realizado pelo Ministério da Educação no início do ano, o Literatura para Todos, que recebeu a inscrição de mais de 2 mil obras. Cada título terá uma tiragem de 300 mil exemplares. Esses 2,4 milhões de livros serão distribuídos entre os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), como hoje é conhecido o supletivo.
Cerca de 4,6 milhões de pessoas (2,5% da população brasileira) cursam o supletivo e vivem entre dois extremos: se querem um livro com uma história interessante, encontram obras com uma linguagem difícil; se querem um livro que lhes seja inteligível, encontram historinhas para o público infantil.
"Um adulto se interessa pelo livro A Escrava Isaura (clássico de Bernardo Guimarães), por causa de temas como amor e escravidão, mas as construções sintáticas são complexas, o vocabulário não é o de hoje e as referências também são do passado", diz o professor de Literatura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e escritor Paulo Seben.
De acordo com o Ministério da Educação, o concurso Literatura para Todos foi criado porque não existem, no mercado brasileiro, livros voltados especificamente para os adolescentes e adultos que estão aprendendo a ler e escrever. "As editoras consideram que, por ser majoritariamente pobre, esse público não tem como comprar livros", afirma Timothy Ireland, diretor de EJA do Ministério da Educação. "Essa é uma avaliação equivocada. É possível produzir material específico para o "neoleitor" a preços acessíveis."
As obras para os chamados "novos leitores" são mais ou menos como os livros escritos para os estudantes de uma língua estrangeira. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo, existem editoras especializadas em publicar romances com diversos níveis de dificuldade no vocabulário, de acordo com o grau de conhecimento de inglês do aluno. Um livro interessante tem uma importância ainda maior quando se constata que o afastamento das letras pode significar a perda de todos os anos de estudo. De acordo com o Ministério da Educação, a taxa de retorno ao analfabetismo chega a 60% entre os recém-alfabetizados quatro anos depois de deixarem a escola.
Cerca de 4,6 milhões de pessoas (2,5% da população brasileira) cursam o supletivo e vivem entre dois extremos: se querem um livro com uma história interessante, encontram obras com uma linguagem difícil; se querem um livro que lhes seja inteligível, encontram historinhas para o público infantil.
"Um adulto se interessa pelo livro A Escrava Isaura (clássico de Bernardo Guimarães), por causa de temas como amor e escravidão, mas as construções sintáticas são complexas, o vocabulário não é o de hoje e as referências também são do passado", diz o professor de Literatura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e escritor Paulo Seben.
De acordo com o Ministério da Educação, o concurso Literatura para Todos foi criado porque não existem, no mercado brasileiro, livros voltados especificamente para os adolescentes e adultos que estão aprendendo a ler e escrever. "As editoras consideram que, por ser majoritariamente pobre, esse público não tem como comprar livros", afirma Timothy Ireland, diretor de EJA do Ministério da Educação. "Essa é uma avaliação equivocada. É possível produzir material específico para o "neoleitor" a preços acessíveis."
As obras para os chamados "novos leitores" são mais ou menos como os livros escritos para os estudantes de uma língua estrangeira. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo, existem editoras especializadas em publicar romances com diversos níveis de dificuldade no vocabulário, de acordo com o grau de conhecimento de inglês do aluno. Um livro interessante tem uma importância ainda maior quando se constata que o afastamento das letras pode significar a perda de todos os anos de estudo. De acordo com o Ministério da Educação, a taxa de retorno ao analfabetismo chega a 60% entre os recém-alfabetizados quatro anos depois de deixarem a escola.
Fonte:
Gazeta Digital
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/287823/visualizar/
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