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Segunda - 24 de Julho de 2006 às 07:36

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O público já teve uma prévia nessas duas primeiras semanas de Páginas da Vida do que Lilia Cabral irá aprontar na pele de Marta. Amarga, sem papas na língua e preconceituosa, como se pôde ver nas cenas em que atropelou um "marginal" e num supermercado, onde chamou o empacotador portador de síndrome de Down de "maluco", a vilã da história de Manoel Carlos começa a botar as garras de fora de vez a partir desta semana, quando se depara com a filha grávida, vivida por Fernanda Vasconcellos, recém-chegada de uma temporada de estudos em Amsterdã, na Holanda.

E o público tem se divertido com as tiradas da personagem, que não mede palavras para falar o que vem à cabeça. "Marta fala aquilo que as pessoas pensam. Chama o cara atropelado de 'neguinho', usa uns termos preconceituosos sem o menor cuidado, como muita gente faz. Por isso as pessoas se divertem, algumas se identificam."

Na semana passada, Lilia gravou as primeiras cenas do reencontro da personagem com a filha, Nanda, e percebeu que daqui para frente terá que se preparar para cenas fortes, já que as discussões entre mãe e filha vão esquentar.

"Ela vai para cima da menina para espancar, de tanta raiva. É capaz de matar de tanto bater se ninguém a segura. Sente-se humilhada porque fez de tudo para mandá-la para Amsterdã para estudar, ficou com a conta no vermelho e vê que a filha estava preocupada com o namorado, escondendo coisas e enganando-a o tempo todo", conta a atriz. "No dia em que ravamos aquela seqüência, ficamos exaustos. Tenho a impressão de que a novela vai começar agora."

Segura de que será odiada pelo público nos próximos meses, Lilia avisa que, embora esteja realizada com o papel, não pretende partir para a sua defesa. "Acho que serei muito criticada. Quanto mais odiada eu for, melhor estou fazendo. Mas também não vou fi car defendendo a personagem. Se tiver que ser cruel, vou fazer cruel. Se eu defendê-la, estarei me defendendo. Não tenho nada a ver com as atitudes dela", frisa a atriz.

Dona de um astral contagiante, Lilia já começou a sofrer os primeiros efeitos de fazer a vilã do folhetim de Maneco. O desgaste emocional é tanto, que ela se dá o direito de devorar um milk shake de chocolate para aliviar as tensões ao fim das gravações. "Peço um copão cheio de chocolate, é a minha droga. Tudo o que eu queria era ter um massagista me esperando em casa para que eu pudesse relaxar e esquecer. Mas quando você chega tem o cachorro, tem a filha que acabou de sair da escola, o marido, tem a sua vida, acabo me desligando", conta.

Lilia acredita que muitas cenas polêmicas de Marta ainda vão chamar a atenção do público. "Para mim é difícil, só que eu não posso nem pensar nisso, a personagem é assim. É bom porque quem age assim vai fi car chocado, por se ver ali, maltratando as pessoas."

Interpretar uma personagem como Marta não é missão simples. Além das atitudes preconceituosas, ela vai rejeitar um dos netos por nascer com síndrome de Down e mentirá dizendo que a criança morreu no parto. "Nesta semana ela descobre que os netos são gêmeos. Mas isso não vai amolecer seu coração. Ela pensa: 'Já que perdi a minha filha (que morrerá), ainda vou ter mais essa criança 'torta' na minha vida, esse carma?' E pode até ter gente que diga que é difícil mesmo ter uma criança com Down, porque muitas pessoas rejeitam."

E não vão faltar cenas fortes no tempo que vem pela frente. Rígida, mas também dona de frases impagáveis, numa briga com a filha que vai ao ar esta semana Marta vai questioná-la por não ter pedido dinheiro ao namorado: "Não teve vergonha de ir pra cama com ele, de carregar um filho dele na barriga e teve vergonha de pedir pra ele pagar suas despesas médicas? Pra mim sempre o pior pedaço, né? O que sobra, o que ninguém quer, é que vem pro meu prato! A parte boa vai sempre pros estranhos! Pros outros!"

Ao mesmo tempo em que será odiada, não é difícil de perceber que, além de espantar, Marta vai ganhar muitos fãs com esse jeito escrachado de ser. Alguém duvida?




Fonte: O Dia

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