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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Domingo - 23 de Julho de 2006 às 23:40

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Pelo menos 22 vítimas da ditadura de Augusto Pinochet foram assassinadas e queimadas com fósforo químico na Colônia Dignidade, enclave alemão do sul do Chile que foi centro de torturas sob a ditadura militar.

Assim afirmou o alemão Gerhard Mucke ao juiz Jorge Zepeda, que investiga diversos crimes cometidos na Colônia Dignidade, situada perto da localidade de Parral, cerca de 380 quilômetros ao sul de Santiago, informou hoje o jornal chileno "La Nación".

Mucke, que foi colaborador do antigo líder e fundador da colônia, Paul Schaefer, um ex-cabo do Exército nazista, disse que em 1973 levou um grupo de militares até uma fossa clandestina dentro do local, onde desceram de uma caminhonete cinco presos, que foram executados e jogados dentro do buraco.

"No total, durante os dois meses após o golpe (militar de 1973), dentro da Colônia Dignidade foram eliminados e sepultados ''cerca de 20'' prisioneiros, afirma Muck no processo judicial contra a Colônia Dignidade", segundo o "La Nación".

O jornal afirmou que o número de assassinados coincide com as pessoas que desapareceram entre setembro e outubro da prisão e delegacia de Parral.

Em 1978, dentro da "Operação retirada de televisores", que consistiu na remoção dos restos de mais de mil detidos desaparecidos deixados pela ditadura, e cujo rastro o regime tentou apagar, Mucke lembrou que Schaefer ordenou que limpasse o lugar.

"Após desenterrar os corpos (...) foram colocados em um saco bem amarrado, e depois posto dentro de outro que tinha uma substância que era fósforo e que queimava fortemente. Todos os corpos foram queimados", disse Mucke, segundo o jornal.

"As cinzas foram jogadas no rio Perquilauquén em um caminhão", acrescentou.

O jornal ressalta que Schaefer, condenado a 20 anos de prisão por abusos sexuais e violações cometidas contra 25 crianças da colônia, negou estas acusações durante uma acareação com Mucke.

A Colônia Dignidade, hoje sob intervenção do Estado chileno, foi fundada em 1961 por Schaefer, que implantou um rigoroso sistema de disciplina e trabalho, e separou pais e filhos.

Durante a ditadura militar (1973-1990), o líder alemão colocou o enclave à disposição do regime para que fosse usado como campo de prisioneiros e centro de torturas.





Fonte: EFE

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