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Internacional
Domingo - 23 de Julho de 2006 às 20:00

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O fortalecimento das relações com Chile, Equador e Japão será prioridade na política externa do social-democrata Alan García, que em 28 de julho tomará posse como presidente do Peru, disse seu futuro ministro de Assuntos Exteriores, José Antonio García Belaúnde.

Em entrevista à Efe, Belaúnde disse que durante o Governo de Alejandro Toledo (2001-2006) as relações com o Chile foram "maltratadas gratuitamente", em referência às históricas disputas territoriais derivadas da guerra do Pacífico, que envolveu os dois países no final do século XIX.

Apesar de ter reconhecido a existência de divergências, o futuro ministro deixou claro que uma das prioridades da política externa peruana será o Chile, porque há o desejo de que o país vizinho volte à Comunidade Andina, e os chilenos podem ajudar nas relações entre Peru e Ásia.

Para o futuro chanceler, o processo de extradição do ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000), detido em Santiago desde novembro de 2005, é um assunto "estritamente judicial".

Nesse sentido, comentou que outro ponto fraco das relações externas do Peru nos últimos anos foi o Japão, onde Fujimori viveu foragido durante cinco anos e cujas autoridades rejeitaram os pedidos de extradição, por isso considerou imperativo resolver a situação.

Sobre o Equador, o vizinho do norte, Belaúnde criticou que não se tenha sido mais estrito no cumprimento do tratado de paz de Itamaraty, assinado em 1998 e que colocou fim à disputa provocada pela guerra de 1995, mas - disse - é preciso aprofundar os laços.

O futuro ministro, cuja nomeação foi confirmada por Alan García esta semana, qualificou de "grotesca" a saída do Peru do G20, grupo impulsionado pelo Brasil em oposição à política de subsídios agrícolas dos países desenvolvidos.

No entanto, considerou positiva a associação estratégica com o Brasil durante o Governo Toledo, assim como o impulso ao acordo para promover o comércio com os Estados Unidos e o alto nível de relações com a Colômbia.

O Governo de Alan García tentará também normalizar os laços com a Venezuela depois das recentes disputas que acabaram na retirada dos respectivos embaixadores em Lima e Caracas, além de aumentar o comércio e o investimento na fronteira com o Brasil.

Belaúnde destacou que "a vontade peruana é melhorar as relações com a Venezuela", ao reconhecer que houve "excessos" e comentar que o presidente peruano eleito já solicitou uma reunião com o presidente venezuelano, Hugo Chávez.

Além disso, o Peru impulsionará um acordo comercial entre os países do continente americano que têm saída para Pacífico, do México ao Chile, incluindo Equador, Colômbia, Panamá e Costa Rica.

Belaúnde, que foi assessor geral da Comunidade Andina até ser anunciada sua nomeação como chanceler há poucos dias, destacou a importância da integração regional e comentou a convergência entre a Comunidade Andina, criada em 2004, e o Mercosul.

O futuro ministro considerou que a Comunidade Andina, formada por Peru, Equador, Colômbia e Bolívia, vai superar a saída da Venezuela como membro pleno, e anunciou que em novembro a situação do bloco deve ser avaliada.

Belaúnde apostou que a "Venezuela preservará o patrimônio comum com os andinos, baseado em diferentes tratados" e se transformará em um associado ao bloco.

Por último, anunciou que a CAN iniciará no final do ano a negociação de um acordo de associação política e comercial com a União Européia (UE), e manifestou sua "esperança e expectativa" de que em 2008, durante cúpula entre América Latina e UE, em Lima, seja assinado o acordo.

Por último, comentou a exigência da Bolívia de recuperar uma saída para o mar, e disse que isso requer primeiro uma decisão do Chile em tratar o assunto, mas deixou claro que o Peru "nunca será um empecilho" para que a nação vizinha consiga seu propósito.





Fonte: EFE

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