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Internacional
Domingo - 23 de Julho de 2006 às 12:10

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Israel não aceitará um cessar-fogo incondicional e sua ministra de Assuntos Exteriores, Tzipi Livni, acredita que a comunidade internacional também não deve exigi-lo porque isso seria "uma grande vitória para o Hisbolá".

"O mais perigoso nesta situação seria um cessar-fogo sem regras para o dia seguinte", afirmou a titular israelense de Exteriores em entrevista publicada na edição de hoje do semanário alemão "Der Spiegel".

"A comunidade internacional não deveria pedir um cessar-fogo que suponha um vazio. Isso seria uma grande vitória para Hisbolá", acrescentou.

Livni ressaltou que a libertação dos soldados israelenses em poder do Hisbolá deve ocorrer "incondicionalmente" e se mostrou esperançosa de que a comunidade internacional "apoiará Israel nessa tese".

A ministra disse compreender a posição dos parentes dos soldados, que pedem uma troca por prisioneiros árabes, mas lembrou: "À margem de nossa responsabilidade com os pais dos seqüestrados, temos que pensar nos interesses do Estado".

Livni lamentou que a operação militar em curso tenha cobrado tantas vítimas civis, o que não tira a legitimidade da campanha militar, já que a obrigação de qualquer Estado é responder a ataques terroristas.

Antes do ataque "fazemos o que nenhum Estado faria: alertamos a população por meio da televisão e rádio libanesas, lançamos panfletos anunciando quais serão os alvos", disse a chanceler, defendendo as ações de Israel.

Livni não especulou sobre o fim da operação militar em curso, mas indicou que o objetivo da mesma não é só é militar, mas político: "Fazer com que Líbano tenha um Governo e um Exército".

"No Líbano não deve haver grupos ou milícias terroristas como o Hisbolá. O Hisbolá tem que se desarmar. Não tem que haver nem mais a mínima possibilidade de que a Síria ou o Irã lhe forneçam armas. Não deve haver assentamentos do Hisbolá no sul do Líbano. No sul do Líbano deve estar o Exército libanês", disse.

A ministra lembrou, nesse contexto, que a comunidade internacional exortou Beirute em reiteradas ocasiões para que assumisse sua responsabilidade, o que segundo Livni "até o dia de hoje não aconteceu".

Livni reiterou que o Hisbolá é a extensão do Irã, com cujas autoridades compartilha "a terrível ideologia do ódio", e conta com o apoio logístico da Síria, que lhe proporciona armas.

Isso explica, revelou Livni, o motivo de Israel ter bombardeado o aeroporto de Beirute: "Queríamos impedir duas coisas. Queríamos impedir que os soldados israelenses seqüestrados pudessem ser retirados do Líbano e queríamos impedir a entrada de armas".





Fonte: EFE

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