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Internacional
Domingo - 23 de Julho de 2006 às 10:30

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Com o final do prazo se aproximando, seis potências comerciais se reuniram neste domingo no que pode ser uma última tentativa de superar as diferenças que impedem um acordo de livre comércio mundial.

O chamado G6 — Austrália, Brasil, Índia, Japão, União Européia e Estados Unidos — deve entrar em um acordo sobre como incrementar o comércio de produtos agrícolas e industrializados, se não quiser assistir ao colapso das negociações da OMC, após quase cinco anos de tentativas.

O chefe da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, que foi incumbido da tarefa de obter um acordo, presidirá os dois dias de negociações na missão norte-americana em Genebra.

Mas não há sinais de que os EUA ou a UE, cujas políticas agrícolas altamente subsidiadas ou protecionistas estão no centro do impasse, estejam prontos para fazer as concessões exigidas de cada parte.

Diplomatas dizem que um novo fracasso por parte dos seis países, que já fizeram várias "últimas tentativas" de chegar a um acordo, deixaria a OMC, formada por 149 países, sem tempo suficiente para completar todos os detalhes complexos de um tratado de livre comércio mundial até o final do ano.

O prazo limite até o fim do ano para concluir a Rodada de Doha, iniciada na capital do Catar no final de 2001, é regida pela expiração, em meados de 2007, dos poderes especiais do presidente norte-americano para negociar na área comercial.

A Rodada foi considerada uma oportunidade única em uma geração para promover o crescimento global e tirar milhões de pessoas da pobreza.

Pascal Lamy estabeleceu dois dias extras de negociações, 28 e 29 de julho, mas os diplomatas dizem que se não houver progressos neste final de semana, não haveria motivos para uma sessão adicional.

"É difícil imaginar que podemos continuar vindo aqui sem que nada esteja acontecendo", disse à Reuters Mariann Fischer Boel, Membro da Comissão de Agricultura da União Européia.

CORTES MAIS PROFUNDOS

Depois de prometer que seus negociadores seriam mais flexíveis, o Grupo dos Oito (que reúne os sete países mais industrializados do mundo, mais a Rússia) estabeleceu na semana passada uma meta para chegar a um acordo na área de produtos agrícolas e industrializados até meados de agosto.

O G6 tem desempenhado um papel de liderança porque, juntos, os países são responsáveis por três quartos do comércio mundial e representam uma ampla gama de interesses comerciais.

Os EUA devem oferecer cortes mais profundos em seus subsídios agrícolas, a UE deve derrubar as barreiras à importação de produtos agrícolas e os países em desenvolvimento devem concordar em abrir seus mercados para bens industriais.

Diplomatas neutros dizem que a União Européia tem mostrado interesse em chegar mais perto do nível de cortes tarifários exigido pelo G20, o grupo dos países em desenvolvimento, liderado por Brasil e Índia, que estão longe de aceitar os cortes nas tarifas industriais exigidos pelas nações ricas e dizem que a questão agrícola deve ser abordada antes.





Fonte: Terra

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