População da Região do Coxipó em Cuiabá teme roubos a residências

A classe média está a perigo com a onda de assaltos a residências em Cuiabá. Quadrilhas armadas, especializadas em invadir casas, estão agindo com uma freqüência assustadora.

Em média, são assaltadas (quando os bandidos usam violência) três por dia na Capital, ou cerca de 90 por mês. Os bandidos chegam a pé e algumas vezes ainda roubam o carro da vítima, que é usado para carregar os produtos.

Os bairros da região do Coxipó são os mais visados pelos ladrões que esperam as vítimas abrir o portão para conseguir entrar na casa, construída com um muro alto e cerca elétrica. As ações ocorrem geralmente à noite, mas os criminosos estão invadindo as casas durante o dia.

Há duas semanas, o deputado estadual Zeca D’ávila sentiu na pele a violência, ao ter sua casa, no jardim Shangrilá invadida por três homens fortemente armados que renderam a empregada, às 7 horas da manhã. O deputado que estava na casa, acabou rendido junto com familiares. Os bandidos levaram até o computador do deputado, além de outros pertences.

Na Delegacia do Complexo do Verdão, onde ocorrem as investigações da maior parte dos roubos, os policiais encontram dificuldades para chegar até os criminosos nos casos em que a vítima não ajuda. São casos em que as vítimas registram queixa, mas não retornam para fazer o reconhecimento.

Os policiais admitem que, em muitos casos, as vítimas possuem seguro e têm os bens ressarcidos. A partir daí, acabam não tendo mais interesse nas investigações. Além disso, as vítimas temem represálias por parte dos criminosos que chegam a ser presos, mas saem logo da prisão.

“(O roubo em residência) é um crime que sempre ocorreu. Os ladrões são presos, mas por um motivo ou outro são soltos. Ladrões de residência são fáceis de serem identificados quando contamos com a ajuda das vítimas, através do reconhecimento”, ressaltou a delegada Cleibe de Paula, do Verdão.

Para a delegada, a maior parte da quadrilha faz mais de um assalto o que ajuda a esclarecer vários casos. Mesmo com a prisão dos bandidos, são raros os casos de recuperação dos produtos – os ladrões rapassam rapidamente os produtos roubados aos receptadores. Cleibe lembrou que, quando a vítima se desloca até a Delegacia e consegue reconhecer os bandidos através de foto, a ação da polícia é imediata.

“Nosso trabalho é rápido porque temos o endereço e quem age com o assaltante. Sem a ajuda da vítima, no entanto, não temos como chegar aos bandidos”, completou.