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Internacional
Sábado - 22 de Julho de 2006 às 23:30

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, comemorou hoje em sua terra natal, Orinoca, seus primeiros seis meses de mandato, nos quais disse que seu Governo devolveu orgulho ao país, segundo um manifesto lido na ocasião.

Em um discurso cheio de brincadeiras e comentários carinhosos a seus antigos vizinhos na localidade andina do departamento ocidental de Oruro, a presidente boliviano apresentou nesta oportunidade para seus colaboradores a avaliação de seu mandato.

Morales chegou a Orinoca em um dos dois helicópteros doados pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e esteve acompanhado no evento pelo embaixador venezuelano em La Paz, Julio Montes, e o de Cuba, Rafael Dausá, além de quase todo seu gabinete de ministros.

Morales apresentou sua avaliação de Governo através de um documento chamado "Manifesto de Orinoca", lido pelo ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana.

O texto afirma que "pela primeira vez na história da Bolívia uma força política ganha duas eleições consecutivas em seis meses e pela maioria absoluta", em referência ao triunfo de seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), nas eleições gerais de dezembro e na recente escolha de uma Assembléia Constituinte.

"Estas vitórias nos permitiram avançar nestes seis meses na construção de um novo Estado, de um novo projeto de desenvolvimento que deixa para trás o Estado neoliberal que condenou os bolivianos à pobreza, à submissão e ao atraso", diz a mensagem.

O manifesto define a gestão de Morales como o resultado de um "movimento nacional, popular e indígena" e "de esquerda popular".

Além disso, compromete o Executivo a conseguir "um novo pacto social entre as regiões, as classes sociais e as nações" do país e "incorpora todos os bolivianos e bolivianas a uma vida com trabalho, bem-estar e dignidade".

"Como fizemos com o gás e com o petróleo, devemos continuar recuperando todos os recursos naturais para industrializá-los em benefício dos bolivianos e romper a dependência dos centros imperiais que nos condenaram a ser vendedores de matérias-primas", declara.

Segundo o documento, "apenas um modelo de independência econômica e soberania política tornará possível a justiça social e a descolonização do Estado pela qual lutaram os movimentos sociais do país".

Além disso, a mensagem diz que o Governo de Morales dirigiu o país "obedecendo ao povo e não às transnacionais, nem às ONGs, e também não obedece aos bancos internacionais, menos ainda aos centros de poder do exterior".

"Apenas alguns setores minoritários que resistem a perder seus privilégios e que hoje não têm um projeto e liderança se opõem a que o país mude", declarou.

A análise do Governo considera que o projeto de Morales "vai se transformando em uma referência para os indígenas e os movimentos sociais latino-americanos neste contexto de integração regional no qual pela primeira vez a Bolívia é uma peça chave".

"Após apenas seis meses de transformações revolucionárias, podemos dizer que ser boliviano se tornou um orgulho partilhado, pois hoje a Bolívia se respeita", conclui.

Depois da leitura do documento, dos discursos de vários ministros e de outras autoridades, Morales recordou a sua infância em Orinoca e as dificuldades que teve que enfrentar para seguir em frente.

Morales nasceu em uma pequena cabana de barro e palha em uma família de sete irmãos, dos quais apenas dois continuam vivos, além dele.

O presidente boliviano, que também participou de um ritual andino, anunciou que no dia seis de agosto, durante a Assembléia Constituinte na cidade de Sucre, disputará um jogo com Lula e com Hugo Chávez.

Em Orinoca, Morales também inaugurou a primeira emissora do Sistema Nacional de Rádios dos Povos Originais, um plano que desenvolve com a ajuda da Venezuela nas áreas rurais do país.





Fonte: EFE

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