A Organização Internacional para Migrações (OIM) anunciou nesta sexta-feira que planeja realocar este ano quase metade dos 360 mil haitianos - cerca de 90 mil famílias - que vivem em campos de refugiados três anos depois do terremoto.
"A OIM pretende contribuir para que 146 mil pessoas (36.500 famílias) recebam ajuda para o aluguel no final de 2013. Isto reduzirá para 201 mil pessoas (50.250 famílias) nos acampamentos", afirmou em entrevista coletiva o porta-voz da OIM, Chris Lom.
O porta-voz disse que a ajuda pôde ser estendida graças a uma contribuição de 6 milhões de euros do Departamento de Ajuda Humanitária da Comissão Europeia (ECHO, sigla em inglês) que permitiu ampliar as previsões de seu programa de realocação para até 146 mil pessoas.
"Os fundos do ECHO nos permitirão ajudar mais 7.560 famílias até o final de 2013 em alguns dos 50 campos mais perigosos em termos de saneamento precário, enchentes e deslizamentos de terra", afirmou Lom.
A maioria dos refugiados não abandona os acampamentos porque não têm casa, por isso precisam de ajuda para pagar aluguel, segundo o organismo.
"A ausência de moradia somada ao desemprego faz com que seja necessário continuar com a assistência e o apoio para garantir o fim da crise de deslocamento no Haiti", apontou a OIM em uma pesquisa apresentada em dezembro.
O governo iniciou um plano em 2011 para favorecer a saída das pessoas que residem nestes acampamentos e conseguiu que mais de 159 mil famílias (636 mil pessoas) encontrassem soluções de alojamento, mas quase 90 mil famílias (360 mil pessoas) estão ainda à espera de ajuda para deixar os campos.
Lom explicou que outra das vantagens das desocupações é que o desmantelamento dos campos permite que os proprietários das terras onde estão localizados possam recuperar suas parcelas.
"Muitos destes proprietários já começaram a construir novas casas nestes terrenos pelo aumento da demanda após as desocupações", explicou Lom.
O porta-voz explicou que os programas de ajuda aos aluguéis não só permitem que as pessoas encontrem um lar, mas também contribuem para a criação de postos de trabalho porque com o dinheiro que economizam, os beneficiados podem montar pequenos negócios.
"Apesar dos resultados dos programas de realocação serem muito encorajadores, é necessário um maior esforço para oferecer soluções às famílias que ainda vivem nos acampamentos o mais rápido possível e especialmente antes da nova temporada de ciclones em junho", afirmou Lom.
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