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Internacional
Sábado - 22 de Julho de 2006 às 11:36

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Líderes iraquianos se reuniram neste sábado para mostrar solidariedade entre os grupos étnicos e religiosos antes de uma visita do primeiro-ministro Nuri al-Maliki à Casa Branca. Alguns deles, porém, se mostravam pessimistas sobre a possibilidade de controlar a violência que assola o país.

O maior partido da comunidade sunita, de onde saiu a base da insurgência contra o governo liderado por xiitas e apoiado pelos Estados Unidos, não participou do encontro.

Maliki vai a Washington para encontrar o presidente George W. Bush na terça-feira. Devem discutir formas de melhorar a segurança em Bagdá, cuja sangrenta onda de ataques alimenta os temores de guerra civil.

Durante uma pausa na reunião deste sábado, Maliki fez um chamado aos iraquianos a tomar parte pacificamente da política. "Aqueles que se opõem ao processo político querem um retorno à ditadura", afirmou numa entrevista ao lado do presidente, que é curdo, e do presidente do Parlamento, um sunita.

Até agora, o plano de reconciliação de 24 pontos de Maliki ainda não foi capaz de domar a crescente violência, que tem matado entre 30 e 50 pessoas diariamente na capital.

Uma importante autoridade dos EUA disse em Washington na sexta-feira que uma opção para aumentar a segurança seria transferir mais tropas americanas e iraquianas a Bagdá.

Alguns líderes iraquianos admitem ter pouca esperança de evitar uma guerra civil.

"O Iraque como projeto político está acabado", disse um alto membro do governo. Ele pediu para ter seu nome mantido em sigilo, já que a coalizão liderada por Maliki está comprometida em defender uma Constituição patrocinada pelos EUA que visa a preservar a unidade iraquiana.

Autoridades americanas e iraquianas acreditam agora que as milícias sectárias estão matando mais iraquianos e representam um risco maior à segurança do país que a insurgência contra a ocupação — que é, porém, um fator adicional de desestabilização.

Os sunitas afirmam que milícias xiitas estão organizando esquadrões da morte e os iraquianos temem ser mortos ou sequestrados a qualquer momento apenas por pertencer a uma determinada comunidade.

Maliki promete desmontar as milícias, mas o tema é complicado, já que os grupos armados são alas militares de partidos políticos, alguns dos quais fazem parte da Aliança Xiita Islâmica do primeiro-ministro.





Fonte: Reuters

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