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Defesa de Suzane argumentará que admitir agressões seria caminho fácil
Os advogados de Suzane von Richthofen, 22, usarão os debates desta sexta-feira para pedir a absolvição dela no processo que a acusa de ter participado da morte dos pais, Manfred e Marísia, em 2002, em São Paulo. Um dos principais argumentos deverá ser o de que admitir que o pai agredia Suzane física e sexualmente, conforme acusam os co-réus Daniel e Cristian Cravinhos, seria o caminho mais fácil.
Suzane, o então namorado Daniel, 25, e o irmão dele, Cristian, 30, são acusados de ter planejado e matado os pais dela na casa da família, na zona sul de São Paulo, em outubro de 2002. O júri começou na segunda-feira (17), e a expectativa é que a sentença seja conhecida entre a noite desta sexta e a madrugada de sábado.
De acordo com a defesa de Suzane, Manfred nunca abusou sexualmente da garota ou do filho caçula, Andreas. A própria Suzane afirmou aos jurados que o pai a agrediu apenas uma vez, com um tapa no rosto, no Dia das Mães anterior ao crime, durante uma discussão por causa de Daniel.André Porto/Folha Imagem
Algemada, Suzane deixa o 89 DP, onde passou a noite, e vai para júri
Os Cravinhos dizem que Suzane usou o argumento de que havia sido estuprada pelo pai aos 13 anos e de que apanhava para convencê-los a matar o casal.
Em todos os 15 depoimentos de informantes e testemunhas do caso, um dos advogados de Suzane, Mauro Nacif, insistiu em perguntar sobre o que o então advogado dela, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, disse sobre as acusações de estupro feitas pelos Cravinhos, quando elas vieram à tona.
Nenhuma das pessoas ouvidas no julgamento respondeu a questão. Na última vez em que as denúncias dos irmãos foram divulgadas, em janeiro último, Mariz disse à Folha que "ainda que a alegação de ter sido vítima de abuso sexual melhorasse sua situação jurídica, ela [Suzane] não admitiria a mentira".
No último dia 5 de junho, o júri foi adiado devido à ausência de uma testemunha considerada "indispensável" pela defesa de Suzane, uma amiga da mãe da jovem, Cláudia Sorge. Seu depoimento, de acordo com os advogados, embora não tenha acrescentado nada novo, atestou que os pais jamais violentariam os filhos.
Crime
No primeiro dia de júri, quando foi interrogada, Suzane disse que Daniel a iniciou no consumo de drogas e que, no dia do crime, havia fumado "muita maconha". Ela diz que estava anestesiada, que levou os dois irmão para a sua casa "a meio km por hora" e que não tinha consciência alguma do que estava acontecendo.
"Ele só me dizia para ficar calma, para esquecer." Suzane afirmou ainda que havia se entregado totalmente porque Daniel a escravizava sexualmente, desde que ela perdeu a virgindade com ele. "Era Deus no céu e Daniel na Terra", disse.
Os advogados de Suzane apontam os Cravinhos como oportunistas. Nacif diz que os familiares deles foram ouvidos se referindo a Suzane como "galinha dos ovos de ouro" e "bilhete premiado". Nenhuma das testemunhas ouvidas durante o júri, entretanto, confirmou a afirmação.
Júri
O julgamento do caso Richthofen entra na fase final nesta sexta-feira. Na sessão desta sexta será realizado o debate entre acusação e defesa.
Primeiro, o Ministério Público terá três horas para acusar os réus. Depois, as defesas de Suzane e dos irmãos Cravinhos dividirão um espaço de três horas. Em seguida, a Promotoria e as defesas terão uma hora cada uma para réplica e tréplica.
Os jurados --quatro homens e três mulheres-- se reúnem após os debates. Eles responderão a um questionário e, com base nas respostas, o juiz Alberto Anderson Filho, presidente do 1º Tribunal do Júri, estabelecerá a pena.
Suzane, o então namorado Daniel, 25, e o irmão dele, Cristian, 30, são acusados de ter planejado e matado os pais dela na casa da família, na zona sul de São Paulo, em outubro de 2002. O júri começou na segunda-feira (17), e a expectativa é que a sentença seja conhecida entre a noite desta sexta e a madrugada de sábado.
De acordo com a defesa de Suzane, Manfred nunca abusou sexualmente da garota ou do filho caçula, Andreas. A própria Suzane afirmou aos jurados que o pai a agrediu apenas uma vez, com um tapa no rosto, no Dia das Mães anterior ao crime, durante uma discussão por causa de Daniel.André Porto/Folha Imagem
Algemada, Suzane deixa o 89 DP, onde passou a noite, e vai para júri
Os Cravinhos dizem que Suzane usou o argumento de que havia sido estuprada pelo pai aos 13 anos e de que apanhava para convencê-los a matar o casal.
Em todos os 15 depoimentos de informantes e testemunhas do caso, um dos advogados de Suzane, Mauro Nacif, insistiu em perguntar sobre o que o então advogado dela, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, disse sobre as acusações de estupro feitas pelos Cravinhos, quando elas vieram à tona.
Nenhuma das pessoas ouvidas no julgamento respondeu a questão. Na última vez em que as denúncias dos irmãos foram divulgadas, em janeiro último, Mariz disse à Folha que "ainda que a alegação de ter sido vítima de abuso sexual melhorasse sua situação jurídica, ela [Suzane] não admitiria a mentira".
No último dia 5 de junho, o júri foi adiado devido à ausência de uma testemunha considerada "indispensável" pela defesa de Suzane, uma amiga da mãe da jovem, Cláudia Sorge. Seu depoimento, de acordo com os advogados, embora não tenha acrescentado nada novo, atestou que os pais jamais violentariam os filhos.
Crime
No primeiro dia de júri, quando foi interrogada, Suzane disse que Daniel a iniciou no consumo de drogas e que, no dia do crime, havia fumado "muita maconha". Ela diz que estava anestesiada, que levou os dois irmão para a sua casa "a meio km por hora" e que não tinha consciência alguma do que estava acontecendo.
"Ele só me dizia para ficar calma, para esquecer." Suzane afirmou ainda que havia se entregado totalmente porque Daniel a escravizava sexualmente, desde que ela perdeu a virgindade com ele. "Era Deus no céu e Daniel na Terra", disse.
Os advogados de Suzane apontam os Cravinhos como oportunistas. Nacif diz que os familiares deles foram ouvidos se referindo a Suzane como "galinha dos ovos de ouro" e "bilhete premiado". Nenhuma das testemunhas ouvidas durante o júri, entretanto, confirmou a afirmação.
Júri
O julgamento do caso Richthofen entra na fase final nesta sexta-feira. Na sessão desta sexta será realizado o debate entre acusação e defesa.
Primeiro, o Ministério Público terá três horas para acusar os réus. Depois, as defesas de Suzane e dos irmãos Cravinhos dividirão um espaço de três horas. Em seguida, a Promotoria e as defesas terão uma hora cada uma para réplica e tréplica.
Os jurados --quatro homens e três mulheres-- se reúnem após os debates. Eles responderão a um questionário e, com base nas respostas, o juiz Alberto Anderson Filho, presidente do 1º Tribunal do Júri, estabelecerá a pena.
Fonte:
Folha Online
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/288314/visualizar/
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