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Exposição lembra a "era de ouro" do jornalismo de guerra
A chegada de grandes jornalistas e escritores de todo o mundo transformou a Guerra Civil Espanhola no início de uma "era de ouro" do jornalismo de guerra, segundo uma mostra que acaba de ser aberta em Nova York.
A exposição "Correspondentes na Guerra Civil Espanhola, 1936-1939", organizada pelo Instituto Cervantes de Nova York e pela Fundação Pablo Iglesias, recolhe as 30 melhores crônicas publicadas pela imprensa internacional nos três anos de conflito.
Ernest Hemingway, George Orwell, John Dos Passos e Antoine de Saint-Exupéry são alguns dos escritores que atuaram como correspondentes cobrindo a Guerra Civil, cujos artigos foram incluídos.
Em entrevista à Efe, Carlos García Santa Cecilia, curador da mostra, afirmou que "a partir de julho de 1936, durante dois anos e meio, era comum encontrar ao sul dos Pirineus os maiores jornalistas do mundo".
A exposição propõe uma aproximação com cada jornalista e as circunstâncias, ao longo do conflito, que motivaram seus artigos.
"Tentamos resgatar o confronto de idéias que houve na guerra da Espanha, que contou com uma grande participação de intelectuais e jornais de todo o mundo", disse García.
Em muitos casos, o envolvimento dos correspondentes foi tamanho que alguns deixaram seu trabalho e se alistaram para lutar. Muitos acabaram encontrando a morte nas trincheiras.
"Jim Lardner, amigo de Hemingway, parou de escrever, pegou um fuzil e desapareceu depois de duas semanas. No fim, conseguiram identificar seu corpo graças à credencial de jornalista que ainda tinha no bolso", citou García.
No entanto, outros jornalistas estrangeiros morreram no exercício da profissão. Foi o caso do correspondente francês Louis Delaprée, cujo avião foi derrubado quando acabava de decolar rumo a Paris.
"As investigações dizem que morreram cerca de 10 correspondentes.
Mas eu acho que foram pelo menos 20. Na época, os jornalistas assistiam à guerra, algo impensável hoje em dia. A maioria dos jornalistas nas guerras como a do Golfo fica num hotel, a 200 quilômetros da frente, e recebem comunicados de imprensa", comparou o curador.
No entanto, outros jornalistas foram à Espanha motivados por outras razões além das ideológicas. Exupéry, por exemplo, "chegou com seu próprio avião para ganhar dinheiro e poder realizar seu sonho de fazer um ''raid'' aéreo, e depois lucrar dando palestras".
A exposição reflete vários momentos da disputa, como o horror do bombardeio de Guernica e o massacre de Badajoz, narrado pelo jornalista americano Jay Allen para o "Chicago Tribune". É, segundo o comissário, "a crônica sentimentalmente mais bonita e mais intensa de toda a guerra civil, jornalisticamente perfeita".
Outro testemunho que se destaca é o de Geoffrey Cox, que narrou a resistência de Madri e que, aos 96 anos, é o único correspondente daquela época ainda vivo.
"Foi provavelmente uma das notícias mais importantes da guerra, porque foi a primeira cidade a resistir ao avanço do fascismo, uma força considerada invencível na época", explicou.
A exposição inclui histórias como a de Harold "Kim" Philby, o agente duplo russo que conseguiu entrar no serviço secreto britânico graças às crônicas sobre a Guerra Civil que fazia para o jornal conservador inglês "The Times". Curiosamente, pelo seu trabalho chegou a receber uma condecoração, entregue pelo próprio general Francisco Franco.
Os amores de Hemingway, que conheceu na Espanha a sua terceira mulher, a também jornalista Martha Gellhorn, e seus privilégios como literato reconhecido internacionalmente aparecem na mostra.
Segundo García, "Hemingway era um astro. Tinha seu próprio carro e gasolina, algo muito raro numa cidade como Madri, que estava sob cerco".
Ernest Hemingway, George Orwell, John Dos Passos e Antoine de Saint-Exupéry são alguns dos escritores que atuaram como correspondentes cobrindo a Guerra Civil, cujos artigos foram incluídos.
Em entrevista à Efe, Carlos García Santa Cecilia, curador da mostra, afirmou que "a partir de julho de 1936, durante dois anos e meio, era comum encontrar ao sul dos Pirineus os maiores jornalistas do mundo".
A exposição propõe uma aproximação com cada jornalista e as circunstâncias, ao longo do conflito, que motivaram seus artigos.
"Tentamos resgatar o confronto de idéias que houve na guerra da Espanha, que contou com uma grande participação de intelectuais e jornais de todo o mundo", disse García.
Em muitos casos, o envolvimento dos correspondentes foi tamanho que alguns deixaram seu trabalho e se alistaram para lutar. Muitos acabaram encontrando a morte nas trincheiras.
"Jim Lardner, amigo de Hemingway, parou de escrever, pegou um fuzil e desapareceu depois de duas semanas. No fim, conseguiram identificar seu corpo graças à credencial de jornalista que ainda tinha no bolso", citou García.
No entanto, outros jornalistas estrangeiros morreram no exercício da profissão. Foi o caso do correspondente francês Louis Delaprée, cujo avião foi derrubado quando acabava de decolar rumo a Paris.
"As investigações dizem que morreram cerca de 10 correspondentes.
Mas eu acho que foram pelo menos 20. Na época, os jornalistas assistiam à guerra, algo impensável hoje em dia. A maioria dos jornalistas nas guerras como a do Golfo fica num hotel, a 200 quilômetros da frente, e recebem comunicados de imprensa", comparou o curador.
No entanto, outros jornalistas foram à Espanha motivados por outras razões além das ideológicas. Exupéry, por exemplo, "chegou com seu próprio avião para ganhar dinheiro e poder realizar seu sonho de fazer um ''raid'' aéreo, e depois lucrar dando palestras".
A exposição reflete vários momentos da disputa, como o horror do bombardeio de Guernica e o massacre de Badajoz, narrado pelo jornalista americano Jay Allen para o "Chicago Tribune". É, segundo o comissário, "a crônica sentimentalmente mais bonita e mais intensa de toda a guerra civil, jornalisticamente perfeita".
Outro testemunho que se destaca é o de Geoffrey Cox, que narrou a resistência de Madri e que, aos 96 anos, é o único correspondente daquela época ainda vivo.
"Foi provavelmente uma das notícias mais importantes da guerra, porque foi a primeira cidade a resistir ao avanço do fascismo, uma força considerada invencível na época", explicou.
A exposição inclui histórias como a de Harold "Kim" Philby, o agente duplo russo que conseguiu entrar no serviço secreto britânico graças às crônicas sobre a Guerra Civil que fazia para o jornal conservador inglês "The Times". Curiosamente, pelo seu trabalho chegou a receber uma condecoração, entregue pelo próprio general Francisco Franco.
Os amores de Hemingway, que conheceu na Espanha a sua terceira mulher, a também jornalista Martha Gellhorn, e seus privilégios como literato reconhecido internacionalmente aparecem na mostra.
Segundo García, "Hemingway era um astro. Tinha seu próprio carro e gasolina, algo muito raro numa cidade como Madri, que estava sob cerco".
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/288344/visualizar/
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