Grupos pró-direitos humanos pedem libertação de jornalista chinês

Vinte grupos de defesa dos direitos humanos iniciaram uma campanha para pedir a libertação do jornalista Ching Cheong, de Hong Kong, cujo julgamento vai a começar nos próximos dias, em Pequim, informou hoje um comunicado da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), uma das autoras da iniciativa.

As entidades assinaram um documento pedindo que a comunidade internacional "reaja em apoio a este jornalista, erradamente acusado de espionagem" e detido pelas autoridades chinesas há 15 meses.

Uma das cópias do documento foi enviada ao presidente da China, Hu Jintao, e outra ao embaixador da China na França.

A mulher do jornalista, Mary Lau, residente em Hong Kong, tem sido a principal responsável pelos atos de protesto contra a detenção de seu marido.

Ching, chefe do escritório na China do principal jornal de Cingapura, "The Straits Times", foi detido em abril de 2005 na cidade de Cantão. Ele ia buscar fitas gravadas pelo ex-líder comunista Zhao Ziyang.

Ching passou semanas desaparecido e detido sem acusação formal, até que a agência de notícias oficial "Xinhua" anunciou que ele tinha confessado haver criado canais de comunicação para o serviço secreto de Taiwan. Além disso, supostamente tinha vendido segredos de Estado.

Paradoxalmente, Ching sempre foi um fiel defensor dos preceitos comunistas e um dos principais repórteres "governistas" da China em Hong Kong, onde chegou inclusive a dirigir um jornal. Fontes do setor disseram à Efe que a pena deverá ser leve. A imprensa de Hong Kong especula com a possibilidade de ele ser simplesmente expulso da China.

Zhao Yan, colaborador do "The New York Times" em Pequim, também foi detido por "revelar segredos de Estado" após conseguir a notícia exclusiva da saída do ex-presidente da China Jiang Zemin. Ele está há quase dois anos detido. O seu julgamento começou no mês passado, a portas fechadas, em Pequim.