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Nacional
Quinta - 20 de Julho de 2006 às 09:26

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SÃO PAULO - Foi aberto pouco antes das 10 horas o período de pré-qualificação para os interessados em participar do leilão judicial da Varig, que será realizado hoje, na sede da companhia aérea, no Rio. A ex-subsidiária de logística e transporte de cargas VarigLog deve ser o único participante, já que nenhum outro investidor fez o depósito judicial de US$ 24 milhões necessário para fazer ofertas.

O leilão deverá ser apenas uma cerimônia para homologar a única oferta pela companhia, feita pela ex-subsidiária de logística e transporte de cargas VarigLog. Na quarta-feira, ninguém se habilitou para participar da disputa, por meio do depósito do preço mínimo de US$ 24 milhões e apresentação de uma carta de fiança bancária de US$ 75 milhões.

Reestruturação

A VarigLog quer iniciar a primeira etapa de reestruturação da Varig com até 2.000 funcionários e 13 aviões, o que vai custar a demissão de cerca de 8.000 pessoas. Situação bem diferente do fim do ano passado, quando havia quase 12 mil empregados e em torno de 80 aviões. A nova Varig, como está sendo chamada a empresa que vai a leilão, terá a concessão de toda a operação nacional e internacional da Varig e Rio Sul, assim como as duas marcas.

Em até 180 dias após a oficialização da compra, a VarigLog planeja ter até 80 aviões, o que indica a possibilidade de recontratação dos empregados que serão dispensados. O programa de milhagem Smiles, com 6 milhões de usuários e passagens a serem honradas no valor de R$ 70 milhões, também ficará na nova Varig. A VarigLog também vai assumir o passivo de R$ 245 milhões referente a passagens que já foram vendidas, mas não foram usadas.

Dois dias após a oficialização da compra, estão previstos US$ 75 milhões para a empresa. A área comercial, que inclui toda a venda de passagens, também permanecerá nessa estrutura. A oferta da VarigLog, de pouco mais de US$ 500 milhões, inclui US$ 20 milhões que estão sendo emprestados para custear a operação da ex-controladora até o leilão. Há ainda US$ 485 milhões previstos como aporte para a companhia que já teve a hegemonia do mercado nacional e internacional, mas que viu sua participação no País minguar para menos de 5% hoje.

Varig antiga

Parte dos recursos prometidos pela VarigLog será usada para garantir uma receita mínima na Varig antiga, que é como está sendo conhecida a empresa que permanecerá em recuperação judicial para amortizar o passivo de R$ 7,9 bilhões da Varig. A Varig antiga herdará a marca Nordeste e apenas uma rota, o vôo ida e volta Congonhas-Porto Seguro, com 50 funcionários. Também fará fretamentos de aeronaves para a nova Varig, por meio de um contrato de 3 anos. O mesmo tipo de parceria valerá para o centro de treinamento de pilotos, num período de 10 anos.

Todos os imóveis da Varig, avaliados em R$ 120 milhões, também renderão receita vinda de aluguel. De acordo com o novo plano de recuperação judicial da Varig, até o dia 17 de agosto deverá ser convocada uma assembléia de credores para eleger um gestor judicial para a Varig antiga. Também está prevista a escolha de um agente fiduciário, que será responsável pela emissão de títulos de dívida (debêntures) para reduzir dívidas.

Para trabalhadores e credores com garantias reais, estão previstos R$ 100 milhões em 10 anos. Para estatais e arrendadoras de aviões, foram reservados basicamente 70% do fluxo de caixa da Varig antiga, que tem previsão inicial de receita de R$ 19 milhões por ano. Para o fundo de pensão Aerus, com 7,6 mil participantes das empresas do grupo Varig e R$ 2,3 bilhões a receber, a VarigLog destinou parte do que a ex-controladora tem a receber do governo por perdas com o congelamento de tarifas entre as décadas de 80 e 90, em torno de R$ 4,5 bilhões.




Fonte: Agência Estado

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