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Internacional
Quinta - 20 de Julho de 2006 às 08:25

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ROMA - O governo de Beirute precisa da ajuda internacional para desarmar a milícia xiita Hezbollah, que se "tornou um Estado dentro do Estado libanês", afirmou o primeiro-ministro do país árabe, Fouad Siniora, em entrevista publicada hoje pelo jornal italiano Corriere della Sera.

O primeiro-ministro afirmou que, para que o Hezbollah seja desarmado, Israel deve primeiro parar seus ataques. Ele pediu que a comunidade internacional "imponha" um cessar-fogo aos israelenses. Há "mais de mil feridos, trezentos mortos e meio milhão de deslocados. O país está de joelhos", acrescentou.

Para Siniora, nenhuma força estrangeira será capaz de desarmar o Hezbollah, porque é necessária uma solução que resolva a questão das Fazendas de Chebaa. Estas são uma pequena região junto às Colinas do Golã (para alguns, parte destas) tomada por Israel da Síria na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Apesar de o Hezbollah e os políticos libaneses em geral reivindicarem a entrega dessa região a Beirute, os israelenses e a comunidade internacional consideram que ela pertenceria à Síria e, portanto, seu controle só poderia ser negociado em um eventual acordo mais abrangente no Oriente Médio.

O primeiro-ministro afirmou que, para desarmar o Hezbollah, é preciso "deslegitimar as razões" com as quais o grupo xiita, que analistas consideram ser ligado ao Irã e à Síria, justifica sua luta armada.

O propósito original do Hezbollah era expulsar Israel do sul do Líbano, onde o Estado judeu ocupou por cerca de duas décadas uma faixa desde que interveio na guerra civil libanesa. No ano 2000, os israelenses retiraram-se dessa região devido a uma decisão do governo do primeiro-ministro trabalhista Ehud Olmert.

Apesar disso, o grupo xiita não depôs as armas, alegando que Israel ainda ocupa as Fazendas de Chebaa e mantém libaneses presos em suas cadeias.

Na verdade, o poderio demonstrado pelo Hezbollah nos ataques desferidos na última semana contra a região israelense da Galiléia, no norte do país, parecem indicar que o grupo usou os últimos anos, sem a presença de Israel no sul do Líbano, para se rearmar.

Para o desarmamento do Hezbollah, Siniora considera necessária a libertação de libaneses detidos em Israel e a entrega da região de Cheeba, que "não tem qualquer valor militar ou econômico".

Se forem cumpridas essas condições, o governo libanês "poderá dizer que o Hezbollah não terá nenhum motivo legítimo para manter uma milícia e, inevitavelmente, será obrigado a se tornar uma força puramente política dentro do sistema democrático libanês", disse.

Atualmente, o Hezbollah tem um braço armado, chamado "Resistência Islâmica", e outro político, que tem inclusive representantes do governo do país.

Israel começou os ataques contra o Líbano no dia 12 deste mês, depois de o Hezbollah matar oito soldados do Estado judeu e seqüestrar outros dois para trocá-los por prisioneiros.





Fonte: EFE

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