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Internacional
Quarta - 19 de Julho de 2006 às 23:20

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O primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora, expressou sua amargura nesta quarta-feira diante da atitude passiva da comunidade internacional, a quem pediu uma ajuda humanitária urgente para a população libanesa, "reduzida a migalhas".

"Convoquei o corpo diplomático hoje para lançar à comunidade internacional um pedido de cessar-fogo humanitário para meu país destruído pela guerra", declarou diante de embaixadores dos países ocidentais e árabes convocados para o grande Sérail, sede do governo.

Siniora apresentou um balanço assustador dos sete dias de bombardeios israelenses: 300 mortos e mais de 1.000 feridos até o momento, meio milhão de pessoas deslocadas, hospitais paralisados, falta de alimentos e remédios, fábricas destruídas, estrangeiros evacuados, casernas do exército bombardeadas e prédios da ONU danificados.

"Neste momento em que me dirijo a vocês, o massacre cotidiano continua. O país foi reduzido a migalhas", afirmou num discurso emocionado proferido em inglês. "Será que o valor da vida humana no Líbano é menor do que o de cidadãos de outros países? E a comunidade internacional pode continuar de braços cruzados enquanto um Estado de Israel insensível é recompensado?", lançou.

O primeiro-ministro libanês pediu para os líderes mundiais admitirem que "civis inocentes, igrejas, mesquitas, órfãos assistidos pela Cruz Vermelha e pessoas que procuram um refúgio ou que fogem de suas cidades são as vítimas desta horrível guerra".

"É isto que a comunidade internacional chama de autodefesa? É este o preço que temos de pagar pela construção de nossas instituições democráticas ?", perguntou. Siniora referia-se ao sinal verde da comunidade internacional à continuidade da ofensiva israelense, implícito no fracasso do Conselho de Segurança da ONU em determinar um cessar-fogo. O Conselho não tomou nenhuma decisão devido a divergências entre as grandes potências e ao apoio americano a seu aliado israelense.

Siniora criticou indiretamente os Estados Unidos, um dos principais defensores de um Líbano independente, livre e democrático depois da saída das forças sírias do país há pouco mais de um ano. O apoio americano ao Líbano parece ter se esfacelado. "Há apenas um ano os libaneses estavam nas ruas gritando 'O Líbano merece viver'. Que vida nos oferecem hoje? Vou lhes dizer: uma vida de destruição, de desesperança e de morte", disse o primeiro-ministro.





Fonte: AFP

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