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Internacional
Quarta - 19 de Julho de 2006 às 12:00

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O grupo xiita Hisbolá controla todos os acessos aos bairros do sul de Beirute, onde os oito dias de bombardeios israelenses deixaram boa parte dos edifícios destruídos ou reduzidos a escombros. A destruição da região aumenta a cada dia e, se no final da semana passada viam-se apenas alguns impactos de projéteis e pequenos destroços, agora as ruas mostram um sem-fim de montanhas de escombros.

Não há lojas abertas e nem pessoas nas janelas. Também não se vêem as famílias que, na semana passada, saíam da região o mais rápido possível carregando grandes bolsas.

Além disso, os acessos à região estão cortados e vigiados pela Polícia libanesa, que pede aos que desejam passar uma "permissão do Hisbolá".

Há alguns dias ainda se podiam ver algumas pessoas caminhando apressadamente pela região. Hoje, porém, as ruas estavam desertas, à exceção de alguns agentes de segurança e de milicianos.

Embora os agentes assegurem que não sabem "onde se pode conseguir" a autorização para entrar na região, no minuto seguinte aparece um miliciano xiita, armado com uma pistola, que detém os jornalistas que tentavam entrar.

Vários outros milicianos, alguns com armas automáticas, rodeiam os repórteres enquanto um deles comprova a identificação e outro examina minuciosamente seus pertences.

O homem, vestido de preto, explica que no sul da capital "já não há quase ninguém" e que a maior parte de seus moradores se refugiou em escolas públicas abertas pelo Governo - onde, segundo números oficiais, vivem 60 mil pessoas - e em casas de parentes.

Como se fossem policiais, os milicianos obrigam os jornalistas não só a se identificarem, mas também a se apresentarem em um local do Hisbolá, onde seus membros se divertem em frente a um pequeno televisor no qual tocam os hinos transmitidos pelo "Al-Manar", o canal de TV da organização xiita.

Ali, um miliciano poliglota explica que a região é muito perigosa, já que "caem mísseis sem parar". Andar pelas ruas do sul "sem autorização da central", por este motivo, está proibido.

Em uma Beirute onde crescem os rumores sobre a presença de espiões israelenses, os milicianos lembram que têm a obrigação de "comprovar a identidade" dos visitantes.

Após a comprovação, eles dizem que "isto - as visitas imprevistas - não podem ser feitas. Deve-se pedir uma permissão". Os jornalistas são convidados a deixar o reduto do Hisbolá, hoje reduzido a escombros.





Fonte: Terra

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