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Cidades/Geral
Quarta - 19 de Julho de 2006 às 07:52
Por: Onofre Ribeiro

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Sobre o artigo publicado no último domingo, “O Império contra-ataca”, recebi muitos e-mails. Todos muito bem articulados. As pessoas já não estão discutindo apenas o que vêem Elas avançam sobre as causas, os fatos e vão além: propõem soluções e fazem críticas muito bem colocadas. Considero isso muito importante, porque mostra a politização e o começo da consolidação de uma sonhada cidadania brasileira. Vamos por partes:

1- a posição dos parlamentares nesse processo da violência desencadeada pelo PCC é vista como um fundo de poço. A credibilidade parlamentar está coladinha no zero. Pior: em ano de eleição;

2- a credibilidade dos governos federal e paulista no episódio, também é péssima. A continuar essa crise de credibilidade e de incapacidade de se lidar com os bandidos organizados do PCC, a eleição mudará indiscutivelmente;

3- a credibilidade policial e do sistema carcerário pode ser medida numa frase de um dos e-mails que recebi de Cláudio Izulksewski: “ os policiais hoje são reféns daqueles que os cooptaram, num primeiro momento com propinas e mordomias, a exemplo do que ocorre no Governo Federal em grande escala e nos governos Estaduais e Municipais. Hoje estes mesmos policiais que se “venderam” aos criminosos, sentem na carne a traição que fizeram com a sociedade. Felizmente são uma minoria, que assim agiram, numero muito menor daquele que vemos em nosso Legislativo e Executivo.”;

4- da leitora Cynthia Fior recebi um longo comentário, do qual pincei esta frase:”Quando nós identificamos no nosso livro "Como Sair Dessa?", a criminalidade como um dos setores da sociedade, recebemos muitas críticas. O que nós estamos percebendo agora é que além de ser um setor, ele está se tornando mais forte do que os demais, pela sua capacidade de organização e gestão”. Do leitor Jean Van Den Haute: “Infelizmente, através da capacidade organizacional do PCC, é o banditismo que lidera uma verdadeira guerra civil "legítimada" pela crônica falta de capacidade de gestão pública e social perceptível a todos os níveis do setor público brasileiro e que leve o País”;

5- Encerro com a avalição final feita por Cynthia Fior: “Tem gente que ainda tem ilusão de que vai resolver a questão da segurança com educação. O problema que temos hoje, que beira a guerra civil e que se compara com terrorismo, precisa de ações punitivas e imediatas. Se fosse educação, não teríamos uma pessoa tão bem articulada como o Marcola comandando o crime. Ao contrário, os bandidos estão investindo na educação de suas equipes para ter mais advogados trabalhando para eles. A educação pode até ajudar a minimizar o problema para a próxima geração, mas e a nossa? Estamos condenados a conviver com tudo isso? Podem investir tudo o que arrecadam na educação, se a sensação de impunidade e de liberdade para continuar atuando de dentro das prisões; se o Estado não marcar a sua presença dentro das favelas; se as penas forem brandas e nao cumpridas..... Vamos continuar esperando que um dia a professorinha da escola primária resolva o problema”.

Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM

onofreribeiro@terra.com.br





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