Soja: mercado recua em busca de bom posicionamento antes do USDA
Na sessão desta quinta-feira (7), os futuros da soja caminharam de lado na Bolsa de Chicago, operando sem direção e exibindo oscilações pouco expressivas. Segundo analistas, os investidores buscam encontrar um melhor posicionamento diante da divergência nas previsões climáticas para a América do Sul e também à espera pelo novo relatório de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga nesta sexta-feira (8).
Segundo Marcos Araújo, analista da Agrinvest, o mercado espera uma redução nos estoques de soja dos Estados Unidos de 3,67 milhões de toneladas para 3,51 milhões, o que poderia trazer uma "surpresa positiva para os preços no cenário internacional", disse. Além disso, as exportações norte-americanas bem como o esmagamento também poderiam ser revisados para cima, de acordo com o analista, e os números construiriam um cenário positivo para as cotações.
"As exportações de soja dos Estados Unidos estão 30% maiores do que as registradas no mesmo período do ano passado. Com essa revisão do USDA se concretizando o resultado é um aumento da demanda e uma redução dos estoques, isso pode estimular os preços", afirmou Araújo.
Apesar do aguardo pelos números do USDA, para o analista o mercado ainda divide o seu foco com os fatores climáticos referentes à América do Sul. Nesta quinta, a Bolsa de Buenos Aires estimou a safra de soja da Argentina em 50 milhões de toneladas que, caso se esse número se confirme, a quebra seria de algo em torno de 2 milhões de toneladas, mais um fator positivo, portanto, para o mercado. Há mais de 20 dias, as lavouras argentinas vem sofrendo com a falta de chuvas e o potencial produtivo já vem sendo ameaçado.
Além disso, Araújo acredita ainda que a safra brasileira de soja 2012/13 não passe de 81 milhões de toneladas, em função também de adversidades climáticas em importantes regiões produtoras. "Não estou convencido de uma produção acima 84 milhões de toneladas. Até porque temos visto. Até porque temos visto importantes regiões do Brasil reportando quebras na produtividade da soja no Mato Grosso, partes de Goiás, Mato Grosso do Sul e também no Paraná. Por isso, esse número da Conab de 83 milhões de toneladas eu acho que é um pouco elevado pelas condições que eu vejo aqui no Brasil", explica.
Para o analista, esses fatores, aliados ainda a problemas logísticos no Brasil e à já conhecida demanda mundial bastante aquecida por soja, configuram um quadro de suporte para as cotações da oleaginosa no mercado internacional, apesar das baixas pontuais.
Paralelamente, a queda do dólar poderia atuar como um catalisador das altas na Bolsa de Chicago, porém, pesam negativamente para os preços da soja no mercado interno brasileiro. Além disso, as cotações nos negócios aqui no Brasil poderia sentir uma pressão ainda vinda de prêmios menores atuando como fator de baixa para os preços.
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