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Nacional
Terça - 18 de Julho de 2006 às 09:33

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Após análise preliminar dos depoimentos dos empresários apontados como líderes da máfia das ambulâncias, integrantes da CPI dos Sanguessugas concluíram ontem que a investigação será feita sobre 90 congressistas e dez ex-congressistas supostamente envolvidos.

'Os depoimentos acrescentaram novos nomes. Vamos trabalhar tranqüilamente com 90 parlamentares envolvidos', disse o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), integrante da comissão. 'Agora não significa que todos sejam culpados.'

Além de Gabeira, o relator da CPI, Amir Lando (PMDB-RO), e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) analisaram ontem os documentos sigilosos da CPI. 'Com certeza, o número de envolvidos é maior do que 57', disse Sampaio, que foi nomeado sub-relator da CPI.

A maior parte do material se refere ao depoimento do empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, apontado pela Polícia Federal como líder da quadrilha. Luiz Antonio apresentou provas de pagamentos, como recibos e registros de transferências bancárias para deputados. Ele falou por sete dias consecutivos ao juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara Federal do Mato Grosso, que é o responsável pelo processo.

O volume da documentação fez Lando aventar ontem a possibilidade de atrasar a entrega do relatório preliminar da CPI. 'Nosso objetivo é finalizá-lo [o relatório] no dia 2 de agosto, mas talvez a gente não consiga.' Os integrantes da CPI, presidida pelo deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), querem analisar o depoimento e as provas apresentadas por Luiz Antonio antes de decidir se vão ouvi-lo em Brasília.

O objetivo é cruzar as informações dele com as de Darci Vedoin, seu pai e também apontado pela Polícia Federal como um dos líderes da quadrilha. Na semana passada, a CPI foi à Cuiabá (MT) ouvir o empresário. Em depoimento reservado, ele deu detalhes sobre o esquema.

Ele confirmou que, além de Ney Suassuna (PMDB-PB), mais dois senadores teriam sido beneficiados pelo esquema: Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT). Os dois negam as denúncias.

Ainda no depoimento, Darci disse que, no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato derrotado ao governo do Ceará pelo PT José Airton Cirilo enviou dois emissários para negociar a liberação do pagamento de 130 ambulâncias com o então ministro Humberto Costa -eles negam.





Fonte: Folha de S. Paulo

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