Preços do álcool não devem baixar antes de setembro
Os preços na bomba dos postos devem permanecer nos níveis atuais ao menos até setembro próximo, segundo previsão de Antonio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo).
Segundo Rodrigues, a importação de álcool pelos norte-americanos continua aquecida, não devendo cair nas próximas semanas. Para suprir a demanda, os EUA pagam até 20% a mais do que os preços praticados no mercado interno brasileiro. Com preço compensador à exportação, sobra menos produto para o mercado nacional.
A alta dos preços do açúcar no mercado externo também contribui para a menor produção de álcool. Como o açúcar dá mais lucro aos produtores, eles preferem destinar uma parcela maior da cana a esse produto. O resultado é o mesmo: menor produção de álcool.
O aumento da frota nacional de veículos bicombustíveis (movidos a álcool e gasolina) também contribui para manter aquecidos os preços do álcool, devido ao maior consumo.
Apesar de estarem em alta, os preços atuais do álcool "não são absurdos; o preço ainda é competitivo em relação ao da gasolina", diz Rodrigues. "O alto preço do petróleo no mercado internacional também valoriza o álcool", afirma Rodrigues. Ontem, o barril de petróleo fechou a US$ 75,92 em Londres e a US$ 75,30 em Nova York.
Nova alta
Depois de cair com força em maio e no mês passado, os preços do álcool combustível estão novamente em alta. Pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo) detectou aumento médio de 0,5% na bomba em todo o país durante a semana encerrada no sábado, dia 15.
Na comparação com a semana iniciada em 18 de junho, a alta chega a 0,94% considerando o preço médio nacional do álcool, de R$ 1,611 por litro. Apesar de receber adição de 20% de álcool, a gasolina ainda não subiu --o preço médio nacional teve ligeira queda de 0,04% na semana encerrada em 15 deste mês, chegando a R$ 2,543 o litro.
Em São Paulo, Estado que concentra a maior produção de álcool do país, o preço médio ao consumidor aumentou 0,69% na semana terminada no dia 15, passando a custar R$ 1,32 o litro. A gasolina, por sua vez, teve queda de 0,33% na semana, custando R$ 2,418 o litro.
Apesar do aumento, ainda é vantajoso para o consumidor abastecer com álcool em São Paulo. O litro do combustível derivado da cana-de-açúcar custa o equivalente a 54% do preço da gasolina.
No Estado do Rio de Janeiro, porém, o preço do álcool já bateu no limite. Chegou a 70% do valor da gasolina, sendo vendido, em média, a R$ 1,766 o litro na semana de 9 a 15 deste mês, com queda de 0,22% em relação à semana anterior. No Estado, a gasolina era comercializada a R$ 2,525 por litro, com redução de 0,04%.
Na média nacional, o preço do álcool correspondia a 63% do valor cobrado pelo litro da gasolina, segundo a ANP.
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