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Nacional
Terça - 18 de Julho de 2006 às 07:15

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Suzane von Richthofen, em depoimento no Fórum da Barra Funda em São Paulo, desmetiu a versão do ex-namorado, Daniel Cravinhos, sobre o assassinato dos pais dela, Manfred e Marísia, em 2002. A jovem disse estar arrependida de ter se envolvido com a família de Cravinhos e disse que só participou do crime por estar cumprindo ordens do namorado. "Se não fossem eles, estaria em casa com a minha família", alegou. Em seu depoimento na tarde desta segunda-feira, Daniel disse que agiu sozinho na hora de matar o casal, mas que o planejamento do crime foi exclusivamente de Suzane.

Após quase três horas de depoimento, Suzane tentou deixar claro que não teve participação alguma no assassinato dos pais, e disse que foi influenciada pelo namorado. Com o depoimento dos três réus, encerrou-se o primeiro dia do julgamento, que recomeça às 10h desta terça-feira.

A jovem afirmou que, no início do namoro, acreditava que os pais de Daniel gostavam dela, mas ela acabou percebendo que eles estavam interessados apenas na sua herança. "Era uma família atrás de um intuito", disse.

Suzane ainda insinuou que o pai de Daniel, Astrogildo Cravinhos, também teria ligação com o crime. No entanto, Suzane disse não ter provas dessa ligação.

A jovem ainda fez questão de ressaltar que a idéia de cometer o crime começou a surgir em julho de 2002, por parte de Daniel, quando seus pais foram viajar. Suzane e o namorado passaram grande parte do tempo sozinhos na casa da jovem. Segundo ela, Daniel dizia que seria muito bom se os pais dela nunca estivessem por perto.

Daniel, em seu depoimento na tarde desta segunda-feira, mudou a sua versão sobre o crime. Inicialmente, ele havia dito que o irmão, Cristian, teria ajudado a matar os pais de Suzane a golpes de barra de ferro. No entanto, ele voltou atrás e disse que o irmão passou mal e apenas assistiu ao crime.

Cristian confirmou a nova versão e disse que não se sentiu bem ao chegar à casa dos Richthofen. Ele disse ainda que mentiu em seu primeiro interrogatório para tentar diminuir a pena do irmão.

Contradições Suzane contradisse várias versões apresentadas por Daniel, entre elas a questão de sua virgindade. Suzane disse que teve a primeira relação sexual em janeiro de 2000, durante suas férias, com Daniel. Ele, porém, disse que ela já tinha namorado antes e que havia lhe dito que perdeu a virgindade aos 14 anos.

Suzane afirmou também que a primeira vez que experimentou maconha foi na noite de Natal de 1999, cerca de um mês após começar a namorar Daniel. No entanto, Daniel afirmou que ela já fumava muito antes de os dois se conhecerem e negou ter oferecido drogas à jovem. Ele disse, inclusive, que começou a fumar maconha depois que conheceu a garota.

Daniel disse que a relação de Suzane com os pais, Manfred e Marísia, era conflituosa e que ela era espancada e já havia sofrido abuso sexual por parte do pai. Suzane negou que tivesse sido violentada e declarou que vivia com uma família normal e bem estruturada.

Reconstituição Suzane discordou do processo de reconstituição do crime e disse que não fez o sinal de positivo para que Daniel e Cristian cometessem o assassinato. Ela disse que estava muito confusa e perdida no dia da reconstituição.

Na noite do crime, a jovem também disse estar muito confusa. Ela contou que fez uso de maconha à tarde, incentivada por Daniel. No tempo em que ficaram no motel, logo após cometer o assassinato, Suzane disse que ficou chorando, enquanto Daniel tomou um banho. Eles ainda teriam brigado.

Mesmo depois do crime, Suzane dis que ainda queria proteger Daniel. Ela conta que chegou a escrever uma carta para ele logo que foi presa, dizendo que ainda estava apaixonada. "Cheguei a pedir perdão a quem destruiu a minha família", afirmou.





Fonte: Terra

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