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Terça - 18 de Julho de 2006 às 07:05

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O Grupo Livremente investigou que, ano passado, em Mato Grosso, oito homossexuais foram assassinados, além de outros casos suspeitos. No Brasil, conforme a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT), nos últimos 10 anos, 2.509 vítimas da homofobia morreram - a tiros, esfaqueados, queimados, esquartejados, mutilados. São crimes marcados pelo requinte de crueldade. O ódio aos gays é o tema da 4ª Parada da Diversidade Sexual de Mato Grosso, marcada para 28 de julho. Outras paradas também devem seguir a mesma orientação da ABGLT, chamando a atenção de autoridades públicas para a gravidade do problema.

Homofobia é o sentimento de aversão aos que possuem orientação sexual diferente da heterossexual.

Para o secretário geral da ABGLT, Toni Reis, esta força violenta é como a que gera o racismo contra negros, o anti-semitismo. Reis, que é professor de português e inglês, acusa algumas igrejas de corroborarem este preconceito que mata. Lembra que a católica, na idade média, queimou gays na fogueira, acreditando estarem sob influência de maus espíritos. Afirma que essa visão prevalece velada até hoje entre ditos cristãos. Destaca que evangélicos também associam gays a obsediados. Ele lamenta que socialmente são tidos como ameaça à segurança pública. Pontua que até 17 de maio de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerava a homossexualidade doença. "Somente há 16 anos somos vistos como sadios. Em se tratando de tempo histórico, é muito pouco. Então carregamos marcas pesadas, de endemoniados, criminosos, doentes".

Estes adjetivos preconceituosos sustentam a homofobia de modo geral, assim como o fazem gays enrustidos, incapacitados de se aceitarem e que, ao verem no outro o que mais negam em si mesmos, têm vontade de matar e muitas vezes matam de fato. A homofobia se firma ainda em comentários do dia-a-dia em que são alvo de chacota as pessoas de orientação sexual diferente. Ou pelos que, por fraqueza moral, têm medo de serem vistos com gays e dos outros pensarem que também são.

Diversas pesquisas confirmam o preconceito. Uma feita pela Unesco no Brasil ouviu 15 mil alunos, 5 mil professores e 5 mil pais, em 14 capitais. "A resposta de 40% dos alunos é que não gostariam de conviver com um gay na classe. A maioria respondeu que acha bater em gay normal. Professores (60%) confessaram não saber lidar com a situação. Pais (35%) não admitiriam uma amizade do filho com um gay", lamenta Reis. Casos de assassinatos por homofobia aparecem em todo o mundo. No Brasil, os dados são subnotificados.

Segundo Clóvis Arantes, do Grupo Livremente, já há registros policiais de homofobia este ano em Rondonópolis, Cáceres, Cuiabá, mas ainda não confirmados. "As pessoas não se declaram gays e fica difícil investigar".

O projeto de lei que propõe a criminalização da homofobia, da deputada federal Iara Bernardi (PT/SP), já tramita no Congresso Nacional.

Outra bandeira do movimento gay no momento é a luta pela união civil entre parceiros do mesmo sexo.





Fonte: A Gazeta

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