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Quinta - 07 de Fevereiro de 2013 às 20:52
Por: Tiago Dantas

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Duas semanas após a entrada em funcionamento de um plantão judiciário na cracolândia, centro de São Paulo, o governo do Estado decidiu mudar a forma como é feito o atendimento no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod). A grande procura de famílias de dependentes químicos pela unidade também motivou a criação de 300 vagas de acolhimento social, uma espécie de refúgio voluntário para usuários de drogas.

O novo modelo de atendimento deve começar a funcionar oficialmente na segunda-feira. Uma tenda branca foi montada ao lado do prédio do Cratod, na Rua Prates, Luz, região central. No chamado anexo social, funcionários das áreas de Saúde, Assistência Social e Justiça farão uma triagem dos casos que chegam à unidade. Na semana retrasada, algumas pessoas relataram que tiveram de esperar cinco horas para serem atendidas.

"Nessa triagem, saberemos se é um caso de internação clínica, de internação determinada pela Justiça ou de atendimento social. As pessoas terão uma solução mais rápida para seu problema", afirma o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia. A partir dessa primeira avaliação, o dependente químico ou seu parente será encaminhado para outras etapas do atendimento. Atualmente, quem chega ao Cratod é avaliado por assistentes sociais e médicos da unidade.

Uma das críticas ao modelo atual é que nem sempre quem quer ser internado é enviado para uma clínica. A internação é indicada por psiquiatras como último recurso no tratamento do usuário de drogas. Muitas vezes, o médico avalia que o dependente químico pode passar por um tratamento clínico, comparecendo diariamente a uma unidade de saúde. Essa foi a solução oferecida, por exemplo, ao ajudante geral Bruno Alves Franklin, de 24 anos, em 22 de janeiro.

Refúgio. "Já tentei fazer esse tipo de tratamento. Não funciona. Tenho de ficar trancado em algum lugar. Se voltar para casa, vou acabar usando droga de novo. Sei que tenho de ser forte e dizer não, mas é só sair na rua que alguém me oferece crack", diz Franklin. Um caso como o dele poderia ser atendido por comunidades de acolhimento social, segundo Garcia.

O Estado assinou convênio com 18 dessas instituições, que oferecerão 300 vagas na Grande São Paulo, no litoral e no interior. Embora esteja afastado do local onde vive ou consome drogas, o dependente químico não receberá medicamentos ou terá uma rotina de internação no acolhimento social. Além disso, a Secretaria de Assistência Social se compromete a procurar a família do viciado e a pagar seu transporte até a instituição.

Ao final do período na comunidade, o usuário de drogas poderá entrar nos programas de frentes de trabalho e cursos profissionalizantes do governo do Estado. Se não tiver família, entrará em um plano de moradia assistida.

A Secretaria de Desenvolvimento Social busca outras parcerias para tentar retirar usuários de drogas das ruas da cracolândia por vontade própria. Voluntários da Cristolândia, mantida por missionários evangélicos, estão sendo procurados para um convênio. Em 3 de dezembro, uma parceria semelhante foi assinada com a Missão Belém, ligada à Igreja Católica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.






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