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Economia
Segunda - 17 de Julho de 2006 às 11:02
Por: Juiliana Scardua

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O mercado de máquinas agrícolas se depara no início da safra 2006/2007 com uma queda de até 70% nas comercializações em comparação com o mesmo período do ano passado. A escassez nas vendas é a extensão da crise enfrentada pelas revendas e indústrias do setor em 2005, quando a queda nas comercializações chegou a 82,97% ante a média nacional de 38,61% de retração. Num quadro considerado limite para os revendedores, empresas adotam as demissões e o reforço no atendimento pós-venda como chaves à recuperação do equilíbrio financeiro.

Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que dos 11,386 mil tratores comercializados no Brasil no período de novembro de 2005 até junho de 2006, apenas 188 foram comercializados em Mato Grosso, participação de apenas 1,65%. O dado se contrapõe ao desempenho do Estado no ano de 2004, quando a participação atingiu 10,67%.

Naquele ano, ainda no auge das vendas do setor, os produtores rurais mato-grossenses demandaram 3,132 mil dos 29,329 mil tratores comercializados no país. Em todo o ano de 2005 a venda de máquinas agrícolas no Estado atinjam meras 769 unidades contra 4,514 mil unidades em 2004. Em 2003 o Estado demandou 4,451 mil máquinas. O conjunto abarca tratores, plantadeiras, colheitadeiras e retroescavadeiras.

O gerente da filial da Gomagril em Sapezal, Valdemir Borgo, afirma que as vendas despencaram em média 60% desde 2004. "Os grandes produtores estão definitivamente sem convicção na compra à espera de medidas estruturais do governo. O médio produtor perdeu toda a sua liquidez para a renovação de tecnologia. Hoje estamos vendendo somente para aqueles que tinham o dinheiro debaixo do colchão, mas mesmo assim com financiamentos via Moderfrota", afirma, ao lembrar que em 2006, diferente de ano anteriores, não há registro de vendas à vista.

Embora mantenha o sigilo sobre os números de vendas, o gerente de vendas da John Deere em Mato Grosso, Rondônia, Mato Grosso do Sul e no Sul do país, Paulo Kowalski, confirma que o balanço de comercializações até agora é insignificante perante o "boom" de vendas registrado entre os anos de 2000 e 2004. "Para todas as marcas industriais este ano está muito difícil. Não podemos nem tomar esse cenário como parâmetro porque as vendas simplesmente não estão acontecendo".





Fonte: A Gazeta

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