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Internacional
Segunda - 17 de Julho de 2006 às 10:49

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Os primos do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pela polícia de Londres em julho do ano passado, se declararam 'indignados' com a decisão da promotoria de não indiciar nenhum dos policiais envolvidos no caso.

A decisão da Promotoria Pública Britânica foi anunciada nesta segunda-feira, em Londres.

"Considero isso uma falta de respeito muito grande. O poder aqui realmente não tem vergonha. Estou enojada", disse Vivien Figueiredo, prima de Jean Charles.

A investigação da promotoria concluiu que havia condições de indiciar a polícia apenas por ter violado leis de segurança e sanitárias. Nesse caso, a instituição será processada, mas não policiais individualmente.

Vivien considerou a conclusão "uma vergonha". "Usando essa (violação da) lei para encobrir o erro deles, eles estão tratando meu primo como um animal morto", disse ela.

"Essas pessoas querem encobrir a culpa deles de qualquer forma. Em nenhum momento eles estão considerando que a vida do meu primo foi tirada", disse.

Patrícia da Silva Armani, também prima de Jean Charles, considerou a decisão da promotoria "uma estratégia para que esse caso não chegue a uma conclusão".

"Faz quase um ano que o crime aconteceu, e eles sempre vêm com as justificativas mais esfarrapadas", disse ela. "Deveriam ter mais respeito com a vida de um ser humano."

A polícia

A polícia de Londres emitiu um comunicado nesta segunda-feira dizendo "lamentar profundamente" a morte de Jean Charles, dizendo que já pediu desculpas publicamente e em privado para a sua família.

"Apoiamos a decisão da promotoria de não indiciar criminalmente nenhum policial por causa dos eventos de 22 de julho (de 2005). Estamos felizes por eles e suas famílias."

"No entanto, estamos preocupados e claramente desapontados com a decisão de indiciar a polícia por falhas no cumprimento das leis de segurança e sanitárias.”

“Policiais envolvidos no combate ao terrorismo operam em um dos ambientes mais difíceis e merecem nosso apoio total."

A polícia disse que sua tática contra a ameaça de homens-bomba é legítima "na falta de uma alternativa viável" e vai continuar em vigor.





Fonte: BBC Brasil

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