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Internacional
Sábado - 15 de Julho de 2006 às 14:04

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A União Européia (UE) avaliará na segunda-feira um plano sérvio de cooperação plena com o Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII) com o qual Belgrado espera convencer os europeus a retomarem as negociações para um acordo de Associação e Estabilização. O primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, apresentará o "plano de ação" durante uma reunião com a troika comunitária - a Comissão Européia (CE), o alto representante da UE para Política Externa e Segurança Comum, Javier Solana, e a Presidência rotativa finlandesa do bloco - à margem da reunião de ministros de Assuntos Exteriores que será realizada em Bruxelas.

A CE suspendeu as negociações com Belgrado em 3 de maio após Kostunica descumprir a promessa de deter e entregar ao TPII um de seus principais fugitivos, o ex-chefe militar servo-bósnio Ratko Mladic, acusado de genocídio e crimes de guerra na Bósnia. Segundo a porta-voz de Ampliação da CE, Krisztina Nagy, o Executivo do bloco ainda não viu o plano de ação sérvio, embora tenha destacado que "será necessário se chegar a um resultado para que se retomem as negociações". "A ação importa mais que o plano", assinalou Nagy, que lembrou que a condição para retomar as conversas com Belgrado é "uma cooperação plena com o TPII que leve à entrega de Mladic".

O comissário para a Ampliação, Olli Rehn, disse em Belgrado no último dia 6 que a proposta sérvia não será suficiente para o reatamento das negociações com a Sérvia. Com o plano, a Sérvia tenta igualar-se à Croácia, que com uma iniciativa similar começou no último dia 3 de outubro - com seis meses de atraso - as negociações para a adesão à UE sem entregar o foragido general croata Ante Gotovina, após convencer a promotora-chefe do TPII, Carla del Ponte, de sua "plena cooperação". Gotovina foi detido em dezembro na Espanha, graças às informações proporcionadas pelos serviços secretos croatas.

Mladic é junto com o ex-líder civil servo-bósnio Radovan Karadzic o suposto criminoso de guerra mais procurado pelo TPII, que os acusa do massacre de Srebrenica na qual foram assassinados cerca de 8 mil homens e meninos muçulmanos na Guerra da Bósnia, em julho de 1995. A interrupção das conversas com Belgrado deu força aos setores mais nacionalistas sérvios, em um país que a UE considera chave para a estabilidade dos Bálcãs. A Sérvia vive também momentos difíceis por causa da recente separação de Montenegro, que optou pela independência em um plebiscito em 19 de maio, e das atuais conversas sobre o futuro estatuto da província do Kosovo, berço da nação sérvia, onde a maioria albanesa também aspira à independência.




Fonte: Terra

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