Conselho se aproxima do consenso sobre Coréia
Após várias negociações, o presidente rotativo do Conselho, o embaixador francês Jean-Marc de la Sablière, disse que não descartava uma votação na reunião de sábado.
O Japão, com o apoio dos Estados Unidos, Reino Unido e França, apresentou uma minuta revisada, que contém alguns dos elementos de uma proposta de resolução alternativa, elaborada por China e Rússia.
"O novo texto apresentado pelo Japão é o resultado de um árduo trabalho com a China e a Rússia. Achamos que o texto é apropriado e contundente, mas ainda existem problemas com as referências ao Capítulo 7 [da Carta da ONU]", ressaltou Sablière.
China e Rússia --que como membros permanentes têm direito a veto-- não querem que a resolução cite o Capítulo 7, que abre caminho para futuras medidas punitivas, inclusive uma intervenção militar.
O embaixador do Japão na ONU, Kenzo Oshima, disse que a nova minuta tenta acolher as sugestões da China e da Rússia. Mas ainda assim se mostrou cético.
"O texto revisado é mais equilibrado. Envia uma mensagem firme à Coréia do Norte, como deve dar o Conselho de Segurança diante da ameaça que representam os testes de mísseis", afirmou.
Se não houver consenso nas negociações de sábado, o Japão está disposto a submeter o texto à votação.
O embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, se mostrou mais conciliador que outras ocasiões. Ele deu a entender que seu país pode renunciar a uma referência ao Capítulo 7.
"As mudanças introduzidas reforçam o texto, para que ele seja legalmente vinculativo. Uma resolução obrigatória nem sempre tem que apelar para o Capítulo 7", ressaltou, citando como exemplo as resoluções do Conselho de Segurança dos anos 50 que condenaram a Coréia do Norte pela invasão de sua vizinha do sul.
"As resoluções podem ter autoridade legal sem usar as palavras mágicas", comentou.
O texto censura Pyongyang pelo teste com mísseis e exige a suspensão de todos os programas de mísseis balísticos. Também recomenda aos Estados-membros da ONU que vigiem e evitem a transferência de materiais e tecnologia que possam ser utilizados pela Coréia do Norte para a produção de mísseis e armas de destruição em massa.
O governo norte-coreano também deve ser orientado a abandonar seus programas nucleares e reincorporar-se ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
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