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Economia
Sábado - 15 de Julho de 2006 às 07:51
Por: Julianne Caju

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Além das doenças e pragas, o uso de sementes irregulares -- não certificadas -- popularmente conhecidas como sementes “piratas”, pode ocasionar perda de produtividade e comprometer a sojicultura. Em Mato Grosso, ainda há uso de sementes piratas. Diante desse problema, a Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) alerta os produtores sobre a importância de cultivar sementes certificadas e sobre os riscos do manejo de sementes piratas.

De acordo com o presidente da entidade, Elton Hamer, empossado na noite da última quinta-feira, as sementes irregulares não agregam nenhuma vantagem para o produtor. Elas não têm resistência, nem tolerância às doenças, justamente por não terem origem controlada. Produtor que usa sementes piratas corre o risco de perder produtividade, aumentar a incidência de doenças radiculares -- causadas por um complexo de fungos de difícil controle e que pode ocasionar grandes prejuízos de produção -- e prejudicar os trabalhos de pesquisa, já que essas sementes não permitem renovação de materiais.

Segundo o ex-presidente da Aprosmat, Evandro Silveira, o uso de sementes piratas em Mato Grosso foi ocasionado pelo advento de soja geneticamente modificada. Ele explica que o vazio entre a liberação oficial e a demanda do mercado, possibilitou a entrada de sementes não-certificadas. “A burocracia do governo brasileiro impediu a liberação de sementes transgênicas. A legislação demorou muito para ser aprovada”, aponta Silveira.

O uso de sementes piratas há quatro anos representava, conforme Silveira, 7% da produção do Estado. “Nas duas últimas safras o volume dessas sementes ainda era significativo”.

Hamer acredita numa possível redução do uso de sementes piratas pelos produtores mato-grossenses, haja vista a queda de 35% na produção de sementes. “Isso também está vinculado à redução da área cultivada”.

A incidência de chuvas no período de plantio das lavouras, a seca no momento da colheita, a incidência da ferrugem asiática são apontados por Hamer, como fatores para a queda na produção de sementes e para aumento do custo de produção.

“Os produtores têm de ficar atentos quanto as conseqüências pelo uso de sementes piratas. Semente sem qualidade, pode comprometer toda a produção”.

Ainda segundo ele, as sementes são os alicerces para a expansão, diversificação e desenvolvimento da agricultura. O uso de sementes de boa qualidade é indispensável para a obtenção de uma lavoura com boas plantas e com alto potencial produtivo. “É uma garantia para o produtor”, ressalta o presidente.

Sementes certificadas passam por testes que avaliam a pureza genética, padrão de germinação, peso, cumprimento das plântulas, grau de umidade e outras avaliações que garantem a qualidade da semente.

Outro fator preocupante, conforme a entidade, é que, além de comprometer a produção, o produtor que usa sementes pirata, descumpre as normas estabelecidas pela Lei de Proteção de Cultivares e pela Lei de Sementes e Mudas.





Fonte: Diário de Cuiabá

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