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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 15 de Julho de 2006 às 01:20

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A policial Carla Bigal, 36 anos, foi transferida da Delegacia Anti-Seqüestro, no Leblon, no Rio de Janeiro, para o Hospital Psiquiátrico Penal Roberto Medeiros, em Bangu, onde ficará internada para passar por bateria de exames. Durante o trajeto, a agente - que tomou calmantes receitados por médico da família - ficou algemada e escondida sob cobertor. Carla matou o ex-amante, o inspetor Gustavo Costa Gripa, 28 anos, segunda-feira, com tiro no peito, em frente à 34ª DP (Bangu), onde ele trabalhava.

Os policiais a imobilizaram por temer que ela tomasse a arma de algum deles para tentar tirar a própria vida. "Um psiquiatra da rede estadual avaliou seu quadro clínico e atestou a necessidade de tratamento psiquiátrico", disse a delegada Valéria de Castro.

Desde terça-feira, Carla estava isolada numa cela no Leblon, sem dormir e chorando. Pela manhã, quando policiais da Polinter chegaram à DAS para buscá-la, a agente só havia comido meio sanduíche. Às 11h, chegou à Polinter do Centro. Não aceitou comer, não falava e chorava muito. Enquanto aguardava, ficou numa sala com policiais. Sentada num banco, era alvo de curiosidade. Não raro um agente entrava para ver quem ela era. Algumas vezes, Carla se deitava no banco e, chorando, se cobria até a cabeça. Quando alguém se aproximava, repetia que amava Gustavo.

Segundo o psiquiatra que acompanha Carla há cinco anos, ela sofre de transtorno depressivo decorrente, o que a leva a ter obsessões e compulsões incontroláveis. Apesar de o tratamento ser feito por longo tempo e com ajuda de medicamentos, quando estava em crise ela abandonar as consultas. A doença faz o paciente perder o controle sobre os pensamentos; ele passa a praticar atos que, por serem repetitivos, tornam-se rituais.

Disputa com gêmea Na infância e na adolescência, Carla dava sinais de distúrbios. A disputa por atenção da família com a irmã gêmea, Cláudia, e a dificuldade em aceitar imposição de limites fez com que sua mãe procurasse pela primeira vez ajuda médica quando ela tinha 8 anos. "Ela tinha ciúme da irmã, nunca aceitava não como resposta", comentou a tia, Dulce Gomes, 75 anos. Até amigos as duas disputavam. "Ela queria aquilo o que a irmã tinha, até seu casamento. É ciumenta. Quer tudo só para ela mas, ao mesmo tempo, é uma pessoa dócil, trabalhadora e inteligente. Estudava muito, fazia italiano no consulado e iria terminar o curso no meio do ano que vem".

Ainda na Polinter, Carla ligou para o advogado Michel Asseff pedindo para ele não deixar o caso. O criminalista vai decidir hoje. Perdão

A viúva do inspetor, Daniela, esteve à noite na 34ª DP e contou ter perdoado o marido ao saber que era traída. Ela soube do caso dia 29 de abril, data em que Carla agrediu Gustavo a socos e tapas, episódio que rendeu registro de lesão corporal feito por ele. Na ocasião, o policial depôs dizendo que Carla o ameaçara de morte. A viúva disse, ainda, que o casal nunca cogitou se separar, embora o pai de Gustavo, Edson Gripa, tenha dito o contrário na 34ª DP.

Daniela afirmou ainda ter guardadas mensagens eletrônicas, correios de voz e torpedos enviados pela policial. E que ela e seu filho de 4 meses sofriam ameaças de morte feitas por Carla.

Gustavo demonstrou diversas vezes carinho por Carla. Em mensagens de texto enviadas ao celular dela nas tardes de 3 e 22 de outubro, por exemplo, fez declarações românticas, como 'Queria estar com você agora'. Dia 26 de abril, ele presenteou Carla com anel de ouro com três pedras de zircônia, no valor de R$ 320. A família dela afirma que o anel representava compromisso. Conhecidos do policial disseram que ele já queria terminar o namoro, mas deu o presente assim mesmo. Dia 28, Gustavo rompeu com ela que, enfurecida, o agrediu no dia 29.





Fonte: Terra

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