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Internacional
Sexta - 14 de Julho de 2006 às 22:40

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O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou nesta sexta-feira um debate sobre o Líbano que foi concluído sem o chamado ao cessar-fogo desejado por Beirute, e no qual Washington voltou a mostrar apoio incondicional a Israel e sua ofensiva na região.

O representante libanês no debate, Nouhad Mahmoud, classificou a operação militar de "bárbara", e denunciou que "as forças israelenses não tiveram constrangimento em atacar alvos civis". Mahmoud pediu ao Conselho que faça "um chamado claro e imediato por um cessar-fogo imediato e global e o levantamento do bloqueio marítimo e aéreo imposto ao Líbano", e que ponha fim à "agressão israelense".

O Conselho limitou-se a divulgar um comunicado final "elogiando a decisão do secretário-geral de enviar ao Oriente Médio uma delegação do alto escalão", e pediu às partes que "cooperem plenamente" com a mesma.

Em uma reunião semelhante sobre Gaza realizada ontem, os Estados Unidos exerceram seu direito de veto no Conselho de Segurança, e impediram uma resolução que exigia de Israel sua retirada desse território palestino.

No encontro de hoje, o embaixador americano, John Bolton, culpou pela crise Irã, Síria e Hezbollah, assinalando que a milícia libanesa fez uma provocação "deliberada e premeditada".

"Todas as milícias do Líbano, inclusive o Hezbollah, devem se desarmar e se dispersar imediatamente, e o governo do Líbano deve estender e exercer seu controle exclusivo sobre o território libanês", disse Bolton. O embaixador americano também pediu a Irã e Síria que deixem de "apadrinhar e apoiar grupos terroristas, principalmente Hezbollah e Hamas".

O embaixador israelense, Dan Gillerman, também concentrou seu discurso em denunciar o papel desestabilizador que, segundo ele, desempenham Hezbollah, Síria e Irã sobre o Líbano, e se dirigiu ao representante libanês, para lhe dizer: "O senhor sabe, no fundo de seu coração, que, se pudesse, estaria sentado aqui do meu lado agora mesmo, porque sabe que estamos fazendo o correto e que, se tivermos sucesso, o Líbano irá se beneficiar.

Acredito que muitos dos membros em volta desta mesa, como muitos outros na sala, incluindo nossos vizinhos, percebem isso." Após o debate, o embaixador sírio, Bashar Jaafari, queixou-se de que seu pedido para intervir no debate e responder às acusações contra seu país foi negado pelo Conselho de Segurança.

A ofensiva de Israel entrou hoje em seu terceiro dia, com a ampliação dos ataques ao Líbano, submetido a um bloqueio aéreo, marítimo e terrestre. Israel ameaçou de morte o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, numa escalada de violência que leva o mundo a temer um conflito regional.

O ataque é uma resposta de Tel Aviv ao lançamento de foguetes contra seu território, e à morte de oito soldados e o seqüestro de outros dois pela organização xiita libanesa.

A missão diplomática de Annan deverá chegar hoje ao Cairo, para se reunir com autoridades egípcias e chanceleres da Liga Árabe. Depois, a equipe integrada por Vijay Nambiar, o diplomata peruano Alvaro de Soto e Terje Roed Larsen viajará para Israel, Líbano e Síria.





Fonte: AFP

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