Inez Martins lança obra na AL
Ao descrever a obra, Inês disse ser antes de tudo de inclusão social, pois conseguiu aproximar intelectuais consagrados com pessoas de pouco estudo. Entre os selecionados, estão, por exemplo, membros da Academia Mato-grossense de Letras, uma dona-de-casa, alfabetizada aos 70 anos e um sorveteiro que passa seus dias contando “causos” enquanto vende seu produto em frente a uma escola no município de Confresa. “São pessoas diferentes, mas todos tinham em comum uma história para contar”, resumiu Inês de Oliveira Martins.
Para ela, obras como esta provam o que se pode fazer de bom no âmbito das políticas públicas e para refletir a necessidade de que essa políticas se voltem cada vez mais à cultura e a 3ª idade. “Atualmente 20% dos lares brasileiros são chefiados por pessoas da terceira idade e, é bom que os jovens e os políticos fiquem alerta”, pediu. Para o Secretário Estado de Cultura, João Vicente Ferreira “são ações como esta que demonstram a importância de se aplicar recursos públicos em projetos sérios, que dão satisfação de mostrar como estão sendo aplicados os impostos pagos pelos cidadãos”.
Para o presidente da Comissão de Cultura Desporto e Seguridade Social da AL, deputado Humberto Bosaipo (PFL) o lançamento da coletânea é “um acontecimento cultural inusitado”, e momento em que a Casa do Povo dá a oportunidade através da TV Assembléia de o povo Mato-Grossense mostrar sua cultura.
A coordenadora da Sala da Mulher, Roseli Barbosa também falou da importância de o lançamento ocorrer na Assembléia Legislativa, “uma surpresa pelo número de participantes na obra e pela iniciativa pioneira de reunir pessoas da melhor idade. É uma emoção para nós o lançamento acontecer aqui na Casa do Povo, local que deve servir para que todos possam trazer e mostrar seus valores às novas gerações”. Já a coordenadora do Instituto Memória, Isis Catarina, resumiu: “A Assembléia muda de perfil, deixa de ser apenas a Casa de fazer leis, para, também, fazer valer a cultura mato-grossense”.
Em nome da Comissão que escolheu os 23 vencedores do concurso, a escritora Yasmim Nadaf disse que o projeto é antes de tudo um presente aos filhos e netos dessa geração, já que para ela “não são eles (pessoas da terceira idade) que precisam desse incentivo (apoio para escrever), mas nós (pessoas com menos de 60 anos) é que precisamos das experiências repassadas por eles”.
A obra
“Casos Lembrados, Casos Contados” é o nome do livro que reúne mais de 30 textos todos escritos por pessoas que vivem a chamada melhor idade, a partir dos 60 anos. São mais de 30 histórias reunidas e contadas, retiradas da memória dos autores, que retratam o cotidiano.
Cada escritor teve a liberdade de escolher o tema. Por isso, o livro conta com humor, lendas, lições de vida, lembranças pessoais e históricas de diferentes realidades, localidades ocorridas em tempos diversos.
Na ilustração, que recebeu o toque artístico de Dalva de Barros e Moacir Freitas, são mostrados fotos dos autores em três diferentes épocas da vida e não por acaso: “Queremos mandar um recado aos jovens que nascemos, vamos envelhecer e morrer, para que aprendam a convivem com seus pais e avós”, disse Inês.
Na abertura do livro, “Crochetando Idéias” de Inês de Oliveira Martins, é o conto que reúne os títulos de todos os causos contados ao longo da obra, num “resumo de todo o conteúdo do livro”. Ao final, o toque de sensibilidade do jornalista Onofre Ribeiro que escreve: ”A esperança é dourada”, conto baseado numa profecia Maia, que prevê que após um período de sofrimento a humanidade encontrará a luz.
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