Ministério quer diminuir o número de cesarianas realizadas em MT
Conforme Aparecida Cristina, é importante que o profissional da saúde converse com a gestante sobre a assistência humanizada na hora do parto para orientá-la sobre seus direitos. “É fundamental que a futura mãe receba todas as informações sobre o próprio parto e os procedimentos que serão adotados durante todo o processo. Uma gestante informada sobre os seus direitos e os benefícios de um parto natural irá participar melhor no pré-natal, no trabalho de parto e no pós-parto”, disse.
Aparecida Cristina lembra ainda que cabe ao profissional identificar as gestantes de alto risco, solicitar que sejam feitos exames como o anti-HIV e o VDRL (sífilis), e evitar as excessivas e desnecessárias manipulações. “Além de ter direito ao parto natural, as gestantes devem ser acolhidas pelos serviços de saúde com respeito, além de poder contar com a presença de acompanhante da sua escolha”, disse. Segundo Aparecida Cristina, os hospitais do Estado estão se estruturando para garantir às gestantes o direito a acompanhante conforme a lei federal nº 11.108 de 2005.
A representante da Área Técnica da Saúde da Mulher, do Ministério Saúde, Daphner Ratter, lembrou que também cabe ao profissional médico orientar o acompanhante sobre como deve se comportar na sala de parto de forma que possa oferecer maior segurança à gestante. “O acompanhante tem papel importante no sentido de dar apoio necessário à mulher e a sua presença na sala de parto deve ser discutida já durante o pré-natal”, comentou.
O médico obstetra do Hospital Santa Marcelina do Itaim Paulista, em São Paulo, Marcos Roberto Ymaio, disse que o parto normal traz inúmeras vantagens para a gestante e para o bebê. “A recuperação da mãe é mais rápida e ela também se sente mais disposta para amamentar e cuidar do seu bebê, que por sua vez tem menor risco de nascer prematuro e com problemas respiratórios”, comentou. Outro benefício do parto normal apontado é a frequência menor de complicações para a mulher, como hemorragia, infecção puerperal e dor após o parto.
Estatísticas
Segundo Marcos Ymaio, o Brasil apresenta uma taxa de cesáreas de 28% no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que na rede privada este percentual chega a 90%. O aceitável, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), é de 15%. Em Mato Grosso, a taxa de cesáreas é em torno de 36% no SUS e na rede particular de 80%. Em relação à cesariana o risco de morte é de 6 óbitos para cada 100 mil procedimentos. No mundo, cerca de 500 mil mulheres morrem por complicações na gravidez, parto, aborto ou puerpério.
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