Sobe para 33 o número de mortes no Maranhão
Esses números foram confirmados pela Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão depois de encerrado o trabalho de revisão dos prontuários dos pacientes internados no Hospital Municipal de Imperatriz desde que o primeiro caso suspeito da doença foi notificado em 24 de maio, no município de Senador La Roque.
De acordo com o órgão estadual de saúde a doença foi notificada em 19 municípios até agora. Em apenas dois deles não foram registrados casos de morte: Arame, onde duas pessoas apresentaram o problema e Campestre onde foi notificado um caso. Imperatriz foi o campeão em casos com 41 sendo 7 mortes.
No mês de janeiro, apenas uma morte foi notificada no Estado. Em fevereiro, não houve nenhum caso. Em março e abril, foram 5 mortes; em maio, 12 mortes; em junho, 9 mortes; e julho (até agora), uma morte, segundo estatísticas da Secretaria do Estado da Saúde do Maranhão.
A investigação feita pelo Ministério da Saúde é mais lenta e detalhada, segundo técnicos da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão, por isso, os números não conferem com as estatísticas do órgão estadual. Oficialmente, o Ministério da Saúde registrou, de janeiro a junho, apenas 60 casos suspeitos da neuromiopatia (como é chamada a síndrome neurológica), com 18 mortes. Outros casos continuam sob investigação.
Ainda de acordo com relatório do Ministério da Saúde foram registrados casos da síndrome neurológica em 17 municípios do Maranhão. Cerca de 94% dos doentes são do sexo masculino e têm idade entre 14 e 44 anos, com idade média de 22 anos.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão, a investigação do Ministério da Saúde é feita por etapas. São elas caracterização clínica dos casos suspeitos; coleta de material biológico para análise laboratorial; visitas domiciliares para identificação de fatores de risco, costumes, hábitos alimentares, atividades e locais para onde se deslocaram recentemente; investigação entomológica nos municípios onde ocorreram casos suspeitos; coleta de amostras das bebidas mais consumidas na região; avaliação da qualidade da água para consumo humano; identificação dos agrotóxicos mais utilizados e avaliação do manejo.
Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão através da Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Laboratório Central e Gerência Regional de Saúde, Secretarias de Saúde Municipais e das regionais do Tocantins, Pré-Amazônia e Barra do Corda estão envolvidas no trabalho de investigação da "doença misteriosa".
"Esses órgãos também vão investigar relatos de pessoas que apresentaram os sintomas da síndrome neurológica em todo o Estado, mas não chegaram a se hospitalizar ou morreram de causa desconhecida nos 19 municípios onde a doença foi notificada", disse Ribamar Cunha, assessor de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde.
Cunha disse ainda que nesta quinta-feira o Superintendente da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão, Henrique Jorge dos Santos vai se reunir com secretários municipais de saúde da regional de Santa Inês, nesse município para discutir o avanço da doença e a situação em Santa Luzia do Tide e Alto Alegre do Pindaré onde existem casos suspeitos da doença desconhecida.
Na ocasião, Henrique Jorge dos Santos vai entregar exemplares do protocolo de manejo e tratamento da doença aos profissionais de saúde. "Esse protocolo recomenda que a população maranhense coma alimentos com alta concentração de vitamina B1 (tiamina). No caso levedura de cerveja, gérmen de trigo, fígado, coração, rim, carne de porco, feijão, aveia, castanha do Pará, e evitem bebidas alcoólicas, café e cigarro", disse Cunha.
O grande mistério envolvendo a doença no Maranhão é o que estaria causando a deficiência de vitamina B1 nas vítimas da síndrome neurológica. A Secretaria de Estado de Saúde do Maranhão informou que os técnicos do Ministério da Saúde já identificaram que as vítimas da "doença misteriosa" usaram agrotóxico de forma indiscriminada e que não utilizavam equipamentos de proteção para manipular fungicidas, carrapaticidas e herbicidas, entre outros.
Ainda segundo o órgão de saúde estadual, os pacientes internados com a síndrome neurológica estão sendo tratados com a tiamina (vitamina B1) e o resultado tem sido considerado bom.
Comentários