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Economia
Quarta - 12 de Julho de 2006 às 14:37
Por: Nelson Francisco

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O Instituto Algodão Social (IAS), apoiado pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), divulga nesta quinta-feira (13), a partir das 9h30, na 12ª edição do Clube da Fibra, o mais tradicional evento do setor do algodão do país, que reúne os empresários responsáveis por 80% da produção nacional, a “Carta do Algodão” de responsabilidade social. O documento apresenta propostas pró-ativas realizadas pelo Instituto e mostra iniciativa do setor algodoeiro mato-grossense com a realização de ações para a regularização das situações de trabalho, meio ambiente e normas de segurança ocupacional. O evento será realizado no salão de eventos do Hotel Grand Hyatt – Avenida das Nações, Morumbi, São Paulo, ocasião em que também será lançado o site do IAS (www.algodaosocial.com.br).

A carta do algodão será entregue aos ministérios do Trabalho e Emprego, Agricultura e Pecuária, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Secretaria Especial de Direitos Humanos, Ministério Público do Trabalho, e Instituto Ethos de Responsabilidade Social, empresários entidades convidadas para o evento.

O diretor executivo do IAS, Félix Balaniuc, informou que a carta dará relevância ao trabalho executado pelo instituto vai pretende certificar todas as fazendas interessadas em receber o selo SA 8000 de responsabilidade social.

As exigências para o recebimento do certificado SA 8000 incluem o respeito integral as normas de segurança, saúde e meio ambiente do trabalho, o registro em carteira, o pagamento dos salários no prazo legal, o respeito ao limite da jornada legal de oito horas diárias e no máximo duas horas extras, ou seja no limite de dez horas diárias de trabalho. “As fazendas certificadas certamente serão referência na facilidade de comercialização, já que para atender ao mercado elas precisam atender todos os padrões de adequação”, destacou Balaniuc.

Com as ações do IAS, a responsabilidade social já chegou às lavouras de algodão. Muitas das fazendas do Mato Grosso se voltaram à cidadania, à preservação dos direitos humanos e, principalmente, à aplicação das leis trabalhistas, conforme legislação trabalhista brasileira.

A iniciativa anteriormente abrangendo somente o Estado do Mato Grosso, agora busca alcançar os cotonicultores de outros Estados do País. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) acaba de encampar o lançamento nacional do Instituto para ampliar suas ações por todo o Cerrado.

O objetivo da associação, que conta com o apoio da FMC Agricultural Products e de órgãos representativos como Instituto Ethos de Responsabilidade Social, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), é orientar os agricultores do setor algodoeiro para buscarem a excelência nas relações empregatícias e de responsabilidade social.

“Nossa missão é ajudar o agricultor no cumprimento das normas trabalhistas e de segurança do trabalho, exigidas pelos países importadores”, afirma José Pupin, presidente do IAS.

Com a atuação nacional do Instituto, a Abrapa visa uma maior profissionalização do setor cotonicultor e, assim, agregar mais valor ao produto brasileiro no mercado externo, cada vez mais competitivo e exigente.

“Estamos dando um passo importante rumo ao comércio internacional. Com o trabalho do IAS, nosso algodão será reconhecido não apenas pela qualidade da fibra, mas pelos processos éticos e legais no que diz respeito às relações com os empregados e com a produção, do plantio à extração”, ressalta João Carlos Jacobsen, presidente da Abrapa.

Os próximos estados que deverão ser contemplados com as ações do Instituto, segundo planejamento da Abrapa, são Goiás e Bahia. Em Mato Grosso, onde o IAS foi criado por meio de um projeto desenvolvido pela Ampa, a entidade já atende cerca de 400 associados, tendo um reflexo direto nas melhorias de condições de trabalho de 55 mil trabalhadores rurais envolvidos no plantio e no processo da colheita.

Entre as etapas desenvolvidas pelos profissionais do Instituto – entre técnicos em recursos humanos, segurança, meio ambiente e saúde do trabalho – estão a realização de cursos nos pólos algodoeiros para orientação aos produtores, empregados responsáveis pelo RH e pela segurança dos homens do campo e, posteriormente, visitas das equipes às fazendas para checar como estão sendo desenvolvidas as relações trabalhistas.

Nessa fase, os técnicos fazem a vistoria da fazenda mediante check-list baseado nos princípios da SA 8000, entrevistam os empregados, orientam os fazendeiros e prestam consultorias do que deve ser alterado e adequado às legislações vigentes.

Já foram diagnosticadas pelas ações de campo do IAS, 247 fazendas e enviados os respectivos relatórios aos proprietários contendo as medidas corretivas propostas. Os relatórios de monitoramento demonstram que a grande maioria dos associados auditados já estão implementando o modelo de conformidade proposto pelo IAS. Os indicadores demonstram que a curto prazo o setor algodoeiro de Mato Grosso será um exemplo nacional na prática da responsabilidade social empresarial.





Fonte: Ampa

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