Luiz Vedoin é solto e revelações prorrogam a CPI dos sanguessugas
Inicialmente prevista para encerrar as investigações em agosto, a comissão passará a apurar a atuação da máfia das ambulâncias em outros ministérios, como das Comunicações e da Ciência e Tecnologia.
Os novos casos foram apontados ontem pelo empresário Darci José Vedoin, dono da Planam (empresa que vendia ambulâncias supostamente superfaturadas às prefeituras), em depoimento prestado à CPI em Cuiabá.
O empresário que estaria fazendo revelações surpreendentes do esquema a partir da destinação de emendas com verbas do governo federal. Ele saiu da cadeia, em Cuiabá, hoje de manhã, depois de 9 dias seguidos de depoimentos para a Justiça Federal. Luiz Antonio Trevisan Vedoin,filho de Darci,também sócio da Planam -empresa que vendia as ambulâncias para prefeituras de vários Estados- estaria de posse de provas envolvendo negociatas com até 80 parlamentares ( deputado federais e senadores). Luiz teria feito acordo da deleção premiada onde mencionaria detalhes dos esquemas.
De acordo com o empresário, o esquema de atuação em outros ministérios ainda estava em etapa inicial. A CPI quer a comprovação de que a máfia não teria atuado em outros setores do governo. "Vamos verificar se alguém desses outros esquemas recebeu algum recurso", afirmou o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).
O relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), disse que concluirá até o dia 3 de agosto o relatório sobre o desvio de recursos do orçamento para a compra de ambulâncias. Até dezembro, os integrantes da comissão vão investigar os outros ramos de atuação da Planam.
A comissão interromperia os trabalhos apenas em setembro. Até o dia 18 de dezembro, um novo relatório seria divulgado e votado pelos integrantes da CPI.
Os sócios foram presos em Maio, em operação da Polícia Federal, quando foram para cadeia 81 pessoas, inclusive ex-deputados federais e assessores que tiveram conversas telefônicas gravadas pela PF. Pelo menos três deputados federais de Mato Grosso estão sendo investigados e estariam na lista dos 15 que a Procuradoria Geral denunciou, no Supremo Tribunal Federal. Os nomes não foram divulgados porque os processos correm em segredo de justiça.
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