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Economia
Quarta - 12 de Julho de 2006 às 11:39

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A Varig vai usar parte dos créditos que tem a receber da União e dos Estados para convencer os credores a aprovar a proposta de compra da VarigLog em assembléia. Os cálculos da companhia indicam que a Varig tem R$ 4,5 bilhões a receber do governo federal referentes a uma ação sobre congelamento de tarifas e R$ 1,3 bilhão dos Estados por conta de ICMS (Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços).

A Folha apurou que essa deve ser a moeda de troca usada para sensibilizar os credores. Parte do dinheiro a receber da União já foi dado como garantia ao Aerus, fundo de pensão dos funcionários, mas ainda há recursos suficientes para nova negociação.

A Justiça do Rio marcou o leilão de venda das operações da companhia para a próxima terça-feira, mas ele só acontecerá se os credores derem o aval à proposta da VarigLog na assembléia na segunda.

Após audiência na Justiça do Rio com representantes da Varig, da VarigLog e da Deloitte (administradora judicial), o preço mínimo do leilão caiu de R$ 277 milhões para US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões). A modificação ocorreu porque a VarigLog computava no valor mínimo itens que não podem ser incluídos.

Na prática, a maioria dos itens que fazia parte do preço mínimo passou a ser considerada obrigação acessória, instrução que outro arrematante terá que seguir para tomar conta da empresa. Se não cumprir obrigações com a "velha Varig", a parcela da empresa que segue em recuperação, o comprador pode ser obrigado a assumir as dívidas. Se a "velha Varig" for à falência por má gestão, não há sucessão de dívida.

Para a Justiça, a conclusão é que a marca Varig não teria valor em caso de falência. "A marca Varig terá valor mínimo após a perda das concessões. A melhor venda, portanto, somente ocorrerá em caso de alienação ao longo da recuperação judicial, enquanto as empresas em recuperação ainda estejam em atividade", diz ata da audiência.

A Varig precisa apresentar aos credores a forma como serão feitos os pagamentos. A companhia se comprometeu a tentar fechar acordo coletivo de trabalhadores. Segundo fontes envolvidas na negociação, se o acordo não for fechado, dificilmente a VarigLog permanecerá no negócio.

Com as alterações, os credores demorarão mais a receber. Estava previsto pagamento mensal de R$ 6 milhões a partir de agosto com prazo de 32 anos para o Aerus. Com a nova proposta, a dívida deve levar mais de 300 anos para ser paga.

Em nota divulgada ontem, a VarigLog afirma que fez o que pôde pela Varig e que a responsabilidade está com os credores. "Se a proposta for rejeitada, a falência, então, poderá ser iminente e todos os envolvidos poderão se reconhecer incapazes de encontrar uma solução econômica e socialmente mais justa", diz o texto assinado por Marco Antônio Audi, presidente do Conselho de Administração da VarigLog.





Fonte: Folha Online

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